Ninguém que tenha apreço pelo bem-comum suporta o capitalismo, sistema cuja característica é não estabelecer limite algum à concentração da economia por grupos privados.
2. Eliminá-lo não implica, porém, excluir a propriedade privada dos meios de produção. Esta pode existir em sistema não-capitalista, se não estiver cartelizando os mercados e não ocupar setores de grande porte, como a infraestrutura e as indústrias de base, nem atividades estratégicas, como bancos, inteligência e defesa.
3. O que não é realista é falar em acabar com o domínio capitalista, que envolve seu corolário imperialista, sem desmontar as bases de seu poder. Para afastar ressurgimento daquele domínio, a sociedade, através do Estado, tem que manter a vontade de impedir a concentração do capital e dispor dos meios para isso.
4. Do contrário, não se extingue a opressão concentradora e saqueadora, nem o controle total do processo político pela oligarquia, como ocorre nas principais sedes imperais (anglo-americanas), nos satélites europeus e asiáticos, e em áreas de dominação colonial, entre as quais o Brasil.
5. A essa tirania global, a oligarquia dá nomes enganosos, como “nova ordem mundial”, “governança global”. Totalitária, fala em democracia, enquanto manipula e compra eleições, além de organizar golpes de Estado. Faz intervenções genocidas, dizendo defender direitos humanos.
6. O capitalismo tem menos virtudes do que lhe atribuem, inclusive Marx e seguidores. Como exponho em “Globalização versus Desenvolvimento”, o desenvolvimento econômico e tecnológico dos países que o alcançaram, se deveu à direção do Estado, a investimentos deste e à proteção a empresas privadas nacionais, formadoras da economia de mercado.
“Globalização versus Desenvolvimento”
Livro de autoria de Adriano Benayon
abenayon@brturbo.com.br
7. Esta não deve ser confundida com a superestrutura concentradora, i.e., o capitalismo. Este a explora e suga, até destruí-la, ao longo do processo de concentração, que acaba com o desenvolvimento, viável quando e onde a economia de mercado é combinada com a direção do Estado e empresas estatais nos setores em que a concorrência dificilmente pode estar presente.
8. Em suma, os que têm vontade e descortino para trabalhar pelo bem-comum, devem ter consciência que o problema reside na concentração econômica, e que esta tem de ser evitada. Se todos os meios de produção são estatizados também há concentração.
9. Esta, nas mãos do Estado, teve, entretanto, papel positivo, ao habilitar países grandes, populosos e dotados de recursos naturais, como a Rússia e a China, a liberar-se da espoliação pelo capital estrangeiro e a defender-se de agressões imperiais. Depois, desenvolveu indispensáveis capacidades nucleares e balísticas, e o equilíbrio no poder mundial estabelecido pela União Soviética viabilizou a independência de muitos países, entre os quais a Índia, a Argélia, e a própria China.
10. Que a União Soviética tenha sido desmembrada e que a China tenha mudado de curso, não altera o fato crucial de esta e a Rússia serem, hoje, as únicas potências em condições de dissuadir a oligarquia anglo-americana de novas guerras imperiais e genocidas.
11. A crise provocada pelo capitalismo (o que não é o mesmo que crise capitalista), é imensa e cada vez mais profunda, como ilustra o estoque de US$ 600 trilhões em derivativos, títulos, na maioria, podres. Além disso, gerou dívidas nacionais imensas, como a dos EUA, bem maior em proporção ao PIB, que a da Grécia após a recente redução da dívida desta.
12. A dívida somente dos EUA, Japão, Reino Unido e União Europeia soma US$ 45 trilhões. Os bancos centrais começam a livrar-se dos títulos do Tesouro dos EUA, e o dólar está desacreditado, por mais que a oligarquia manipule os mercados. Pior, a depressão segue, com crescente desemprego e perda de proteção social, trazendo miséria e sofrimentos indizíveis a centenas de milhões de pessoas.
13. Vários analistas estão escrevendo sobre a crise “do capitalismo”. Sobre esse ponto, as coisas precisam ficar claras. Muitos crêem que a crise possa, por si só, implicar o fim do capitalismo, com a ideia subjacente de que, quando a acumulação capitalista se torna extrema, abrem-se as portas para a revolução que o suprimirá.
14. Não se trata de consequência inexorável, mas só de oportunidade, não tão fácil de ser aproveitada, tanto mais que a oligarquia tirânica vale-se, de modo crescente, há mais de um século, de técnicas da psicologia aplicada e de fantásticos meios da tecnologia da (des)informação e da comunicação social, para perverter, desmoralizar e anular a maior parte da humanidade, arrasando, inclusive, culturas nacionais, através desses meios.
15. Assim, por mais desastrosos que sejam os efeitos da concentração econômica e do aviltamento das condições de vida dos povos, estes encontram hoje grandes dificuldades para liberar-se, não só devido à incorporação de tecnologia às armas da repressão e das agressões imperiais, mas também devido ao desgaste psicológico e cultural.
16. Os colapsos financeiros e econômicos criados pelo capitalismo têm sido terríveis para a humanidade, mas não para ele, já que a oligarquia se serve deles para aumentar ainda mais seu poder relativo.
17. Mais: a História, desde o Século XX, mostra que os casos em que o comando político escapou das mãos da oligarquia imperial, se deram em países onde não havia grande concentração capitalista, mas, sim, contextos de guerra e invasões sofridas por esses países. Parece também demonstrado não haver casos em que a estrutura econômica tenha sido substituída na vigência do regime político preexistente.
18. Voltando à definição do capitalismo, o afastamento dele não implica que o Estado controle todos os meios de produção. Lênin, com a Nova Política Econômica, em 1921, procurou favorecer a economia de mercado, com empresas privadas, sem que o Estado perdesse seu poder político nem o comando da produção (economia).
19. Alguns julgam que a China encetou, após 1977, o caminho do capitalismo, de Estado, ou controlado por grupos privados, formados por quadros políticos. Como quer que seja, obteve notáveis progressos econômicos e tecnológicos, e surgiu como superpotência.
20. Conseguiu-o por não ter chegado à extrema concentração que caracteriza o capitalismo, inclusive mantendo os bancos sob controle estatal, e por ter assegurado que, apesar da abertura a investimentos diretos estrangeiros (IDEs), a economia não passasse ao comando das transnacionais.
21. Estabeleceu e fez cumprir regras estritas para absorver capital e tecnologia. Esse feito, sem precedentes, deveu-se ao sistema político com direção centralizada, a salvo de eleições manipuladas pelo dinheiro.
22. Os outros únicos países que haviam logrado incorporar significativamente tecnologia estrangeira em suas empresas foram Japão, Coréia do Sul e Taiwan, para o que desestimularam os IDEs e assim evitaram entrada expressiva deles em seus mercados, impondo, ao contrário, contratos de transferência de tecnologia.
23. A China conta com empresas nacionais de ponta em todos os setores, enquanto o Brasil quase já não tem marcas nacionais, pois entregou seus mercados às transnacionais, dando-lhes capital, e pagando por tecnologia jamais adquirida. Aqui prevalece o fetiche da falsa democracia, importada das potências imperiais, que promoveram os golpes de 1945, 1954 e 1964, com o apoio da mídia e da “União Democrática Nacional” – UDN, através de militares doutrinados com o “espectro do comunismo”.
24 Após esses golpes, foram instituídos subsídios e retirados óbices ao capital estrangeiro. JK ampliou esses favores. Sob o primeiro governo militar, Roberto Campos fez destroçar o grosso das empresas de capital nacional. Depois, novos subsídios à exportação em benefício das transnacionais (Delfim Netto).
25. Por meio de fraude em seu texto, a Constituição de 1988 favorece pagamentos da dívida pública inflada por juros e taxas. A seguir, mais crimes contra o País, com os desastrosos Collor (leis de desestatização e Lei Kandir) e FHC. Este fez a União gastar centenas de bilhões de reais para entregar, de graça, fabulosos patrimônios do Estado e das estatais ao capital estrangeiro. Nenhum desses fatores de destruição da economia foi removido por Lula nem pelo atual governo.
Dr. Adriano Benayon, economista, 30/11/2011.
Artigo publicado pela primeira vez em nosso portal a 9/12/2011.
Um dos melhores artigos do inacreditável! Parabéns!
Excelente artigo, uma verdadeira aula!
“Lênin, com a Nova Política Econômica, em 1921, procurou favorecer a economia de mercado, com empresas privadas, sem que o Estado perdesse seu poder político nem o comando da produção (economia).”
Mas o Lenin via isso apenas como uma solução temporária, inevitável na transição para o socialismo. Depois que o louco do Stalin assumiu e ocorreu a planificação global da economia, os homens de negócios foram caçados e mortos durante o grande expurgo (e os kulaks foram destituídos de suas terras).
http://en.wikipedia.org/wiki/NEPman
Os militares dizem que os que querem intervenção são malucos;
Político nenhum vai lutar contra o supracitado;
O Povo está paralisado – com medo de fazer a revolução sozinho e morrer, e hipnotizado pelo consumismo;
As religiões (~47.000 paróquias e monastérios católicos; 6000 lojas maçônicas; 115 mesquitas; e 100 sinagogas), no Brasil, não acordam o povo, estão todas vendidas;
As novas gerações não tem aporte para fazer revolução. No máximo, guerra cibernética;
A Pátria está desestruturada, os hawks vindo com a “salvação”;
Os Hawks, que na verdade são camalões, trocam de cor a cada crise, culpam outrem etc., nunca eles mesmos;
Se você é um destes [países, p.ex.], pode ser descartado, incriminado, a qualquer momento; e
Os pequeninos (países independentes, que querem a independência, saída de algum acordo) precisam entender se estão preparados, pois os parasitas virão com mil e um apetrechos para “otimizar” serviços e afins, como no supracitado concernente ao Brasil. Ai, é preciso dizer: “NÃO, OBRIGADO”;
[…]
Ou seja, para ser livre, é preciso, antes de tudo, esclarecimento e coragem.
P.S. – A China, quando Trump pressioná-la pra mostrar suas contas, “direitos humanos”, etc., cairá bonito. Ela americanizou-se, copiou o homem branco, abrem 200 cervejas na mesa de bar pra dizer que tem dinheiro pra gastar, constroem demais. Enfim, ela está criando uma bolha enorme – mas não será os EUA que vai pagar, quando a bolha estourar – será os pequenos, e sem dúvidas, o Brasil, que possui muitas vendas não solvidas. Então, os pequeninos livres, nacionalistas lindões, pedirão ajuda para o hawk mor, como sempre, os EUA.
Bem, espero que tenham me entendido – pra ser livre, nacionalista, é preciso coragem, dizer: “Não, obrigado”. Se a Grécia tivesse dito “não” ao Euro, estaria menos pior. Resultado? Está sitiada, o inimigo “inside”, fálida. Então, antes de querer ser o “bam bam bam”, como aconteceu no Brasil do sr. Lula, na China acima, é preciso cortar o inimigo e, principalmente, o povo, cortar estes vermes representantes. Ai, alguma coisa, cresce. Mas, reiterando, não vai ser fácil (vide o que expus acima – hipnotismo, políticos vendidos).
Impressionante ver que alguns de nós cientes das questões raciais, judaicas, ainda sim acreditam no Estado. A liberdade é o melhor caminho para nos livrar dos tentáculos sionistas e globalizantes.
Impressionante é ver alguns incautos posando de esclarecidos, acreditando que ao eliminar o Estado haverá mais liberdade. É como querer matar o hospedeiro para eliminar o parasita.
Se uma casta de homens esclarecidos tentar destruir um Estado, hoje, botará seu povo em perigo – vai ser igual à Alemanha, igualzinho. Só o povo, ou as forças armadas, que guardam as armas do povo, sob o consenso dele, pode fazê-lo. Só se o povo estiver disposto a morrer, há legitimidade. Caso contrário, é “golpe”, “anarquia”, “fascistas”, “nazistas”.
[…]
Mas há esperança num Estado. Afinal, a política, os acordos, não foram criados pelo inimigo – foi uma associação entre famílias, clãs, coesão de cultos, para o bem da sua e da outra comunidade, e ele pode ser reinventado, basta os homens superiores assumirem o poder.
[…]
Saudações!
“Não é o Estado quem nos comanda, mas somos nós que comandamos o estado! Não foi o Estado que nos criou, nós criamos o nosso Estado! (…)” – Adolf Hitler
Era só o que faltava, aparecer por aqui alguém que se diz “ciente” sobre a questão judaica e sobre questões raciais ao mesmo tempo que defende a insanidade neoliberalista do “estado mínimo” ou a própria anarquia em si. Você realmente não tem a mínima noção do que fala. Um Estado forte e guiado por ideais honestos é de suma importância para qualquer país que deseja ser verdadeiramente livre.
Poderia uma criança crescer de maneira saudável e chegar à idade adulta se absolutamente ninguém a protegesse, cuidasse, educasse, disciplinasse, amasse? Pois é exatamente o mesmo que você e muitos outros ingênuos desejam à sociedade quando pregam a eliminação ou o enfraquecimento do Estado.
Resta saber se você é apenas um completo desinformado ou alguém que toscamente acha que irá conseguir espalhar desinformação por aqui. Caso seja a primeira opção, recomendo que leia e ouça Enéas Carneiro para começar a limpar sua mente destas bobagens.
O comentário do Andrew MacDonald foi excelente.
Muitos se perdem pelo caminho, não exclusivamente pelos esforços do inimigo, mas muito mais pela ausência de nacionalistas convictos, conscientes e esclarecidos no cenário nacional, como alternativa de fato a tudo que está aí. A Redação.