Capítulo 2.8 das Lições sobre o Holocausto. A saga da perseguição ao norte-americano Fred Leuchter Jr. Através do relatório Leuchter, a discussão em torno de Auschwitz penetrou profundamente no âmbito popular, embora ele tenha sido quase que completamente silenciado pela mídia.
“… o Relatório Leuchter, trata-se de uma pesquisa científica.”
R. Agora eu gostaria de dar uma espiada no outro lado do grande lago, nos EUA. Quem de vocês, minhas senhoras e meus senhores, sabe o que é o Relatório Leuchter? Coragem, não é uma pegadinha!
Temos talvez 10% dos presentes. Quem de vocês sabe, entretanto, o que está contido no Relatório Leuchter? Agora são somente 3 pessoas. O maior jornal semanal da Alemanha, Die Zeit, se viu claramente provocado em setembro de 1992, a dedicar em duas edições consecutivas respectivamente toda uma página ao Relatório Leuchter.[133] Antes de discutirmos estes artigos, eu gostaria de antecipar uma pequena introdução ao Relatório Leuchter para que vocês saibam como a opinião pública veio a se ocupar com este tema.
Como vocês provavelmente sabem, existe nos EUA a pena de morte. Da mesma forma existem lá diferentes métodos de execução e naturalmente as necessárias instalações técnicas. É lógico que se necessitam técnicos especialistas para fabricar e manter tais instalações. Nos anos 80, nos EUA, existia somente um técnico que entendia da construção e manutenção destas instalações: Fred A. Leuchter Jr., chamado até então pela mídia norte-americana também como macabro “Mr. Death”.[134] Leuchter foi caracterizado diversas vezes na mídia norte-americana como o mais renomado perito em execução.[135]
O que iria acontecer na visão de vocês, se Leuchter em laudo pericial particular chegasse a conclusão que durante a Revolução Francesa, as alegadas execuções em massa com a guilhotina foram impossíveis tecnicamente dentro do alegado contexto?
P. A mídia e o mercado de livros teriam uma controvérsia com a qual fariam dinheiro.
P. E alguns historiadores teriam a oportunidade de se auto-promover diante da opinião pública, à medida que acabariam com Leuchter ou lhe dariam razão.
R. Você não é da opinião que por causa dessa afirmação ir-se-ia rescindir todos os contratos com Leuchter e uma campanha difamatória contra ele seria iniciada na mídia?
P. Não. Por que iriam?
R. Leuchter poderia estar equivocado.
P. Isso teria de ser provado. Mas um erro em um laudo pericial sobre um tema histórico não seria motivo para se acabar com alguém.
R. …a não ser que… Deixe-me agora formular a pergunta de outra forma. O que iria acontecer em sua opinião, se Leuchter chegasse à conclusão em um laudo pericial particular, que durante o Terceiro Reich, as alegadas execuções em massa em câmaras de gás foram naquele contexto tecnicamente impossíveis?
P. Isso é totalmente diferente.
R. Mas ainda é um laudo pericial particular sobre um tema histórico sobre alegadas execuções em massa de inocentes.
P. Sim, mas a opinião pública vê de forma diferente. Existem sensibilidades.
R. Entretanto, cientificamente não existe uma diferença básica entre ambas as teses, e a reação dos historiadores deveria ser aqui como no outro caso, que se prove os argumentos apresentados por Leuchter e, ou se refute ou se aceite como válido.
P. E então Leuchter finalizou um laudo pericial com tais conclusões?
R. Correto. Este foi conhecido mais tarde como “Relatório Leuchter” que eu mencionei anteriormente. No ano de 1983, o alemão canadense Ernst Zündel foi acusado na justiça canadense de espalhar conscientemente notícias falsas sobre o Holocausto. Pesou contra ele a alegação de ter vendido uma brochura onde o Holocausto era negado. [136] No início de 1988, Zündel iniciou por sugestão de seu consultor Prof. Dr. Faurisson durante a apelação em seu processo, a procurar especialistas para redigir um laudo técnico forense sobre as instalações dos antigos Campos de Concentração de Auschwitz e Majdanek, onde testemunhas afirmam que pessoas foram lá gaseadas. Por recomendação do lado norte-americano, Zündel procurou Fred A. Leuchter. [137] Fred Leuchter redigiu finalmente sob enorme pressão de tempo tal laudo, cuja conclusão eu transcrevo aqui:
“Após averiguação de todo material e após inspeção de todas as instalações em Auschwitz, Birkenau e Majdanek, o autor considera abundante as provas materiais. Não existiu qualquer câmara de gás para execução em qualquer dessas localidades. É a melhor opinião de engenheiro do autor, de que as alegadas câmaras de gás dos locais inspecionados puderam ser usadas naquela época como câmara para execução, ou são ainda hoje utilizadas ou poderiam ser seriamente consideradas para tal função.”
P. Aqui a raposa invadiu o galinheiro.
R. Parecido foi o efeito inicial do laudo pericial.
P. O laudo foi reconhecido pelo tribunal canadense?
R. Não. Ele foi apresentado, mas não aceito como prova. Foi muita coisa para o juiz. [139]
P. Quais foram os argumentos que Leuchter apresentou para sua tese?
R. Leuchter argumentou entre outros, que naqueles cômodos para gaseamento não havia portas vedadas contra gás, assim como nenhuma instalação para ventilação destinada à exaustão do veneno; a capacidade dos crematórios era muito pequena, e outros semelhantes argumentos técnicos. Porém, foram, sobretudo, com as análises químicas que Leuchter provocou furor. Leuchter retirou amostras do reboco e dos tijolos daqueles cômodos, onde segundo testemunhas pessoas foram gaseadas em massa, e também do cômodo que se destinava à fumigação das vestes dos detentos, onde, portanto, nenhuma pessoa, mas sim piolhos foram mortos. Em ambos os cômodos, foi usado alegadamente o pesticida Zyklon B. Enquanto na amostra da câmara de despiolhamento encontrou-se grande quantidade de resíduos químicos do pesticida, nas amostras das câmaras para pessoas um resíduo insignificante foi encontrado. Leuchter afirmou, porém, que lá deveria ter sido encontrado tanto resíduo quanto na câmara de despiolhamento, caso os depoimentos sobre os gaseamentos de pessoas estivessem corretos.
P. Ele prova o que ele afirma?
R. Com esta pergunta você coloca o dedo na ferida aberta do Relatório Leuchter.
Esta “ferida aberta” é a muleta onde se apóiam aqueles que rezam a cartilha oficial do suposto Holocausto – NR.
Fato é que o laudo pericial de Fred Leuchter abriu os olhos de muita gente, que há um modo técnico-científico de tratar as controversas deste brilhante tema. Através deste relatório, a discussão em torno de Auschwitz penetrou profundamente no âmbito popular, embora ele tenha sido quase que completamente silenciado pela mídia. Um dos primeiros sinais deste profundo efeito foi a positiva menção do Relatório Leuchter no livro publicado em 1989, Der Nasenring. Im Dickicht der Vergangenheitsbewältigung do cientista político suíço Dr. Armin Mohler. [141]
Como próximo representante no âmbito popular que se ocupou com o Relatório Leuchter, seria digno de menção o historiador berlinense Prof. Dr. Ernst Nolte. Ele publicou no início de 1990 todo um artigo no pequeno jornal de direita, bimestral, Junge Freiheit, onde ele relata o Relatório Leuchter e as questões oriundas dele (compare 2.15). Uma obra publicada no mesmo ano por três reconhecidos jovens historiadores, que se ocuparam com as revisões da história do Terceiro Reich, continha um longo artigo de um determinado conselheiro social, Werner Wegner, [142 que se caracteriza por contundente falha em seu conteúdo. [143] O mesmo Werner Wegner apresentou então seus argumentos no outono de 1991 em um simpósio da Fundação liberal bávara, Thomas-Dehler, totalmente dedicado ao debate revisionista, onde em princípio tratava-se da controvérsia desencadeada através do Relatório Leuchter. Lá se apresentou também o revisionista suíço Arthur Vogt, [144] que por causa disso foi condenado a pagar uma multa. [145]
Um ponto alto alcançou o debate público sobre o Relatório Leuchter um ano depois, em setembro de 1992, quando o maior jornal semanal da Alemanha, Die Zeit, dedicou ao Relatório Leuchter dois artigos duplamente unilaterais. O primeiro destes artigos apareceu na edição de 18.9.1992 sob o título “Die Auschwitz-Lügen”, onde aqui naturalmente as teses dos revisionistas deveriam ser estampadas como mentiras.
Observou-se claramente na redação do Die Zeit que a rápida disseminação do Revisionismo não podia ser mais contida com o silêncio e por isso uma reação maciça era exigida. O Die Zeit anunciou ainda em um dos seus subtítulos o nobre objetivo de finalmente reagir aos argumentos dos revisionistas da “extrema-direita”, e segue o artigo somente com a maçante repetição das antigas liturgias, sem ao menos se aproximar das teses dos Revisionistas. A difamação cerimoniosa de todas as pessoas que pensam diferente sobre as questões aqui tratadas, como doentes extremistas de direita ou tolos neonazistas, como praticado novamente pelo Die Zeit, não pode ser levado a sério depois das coisas apresentadas até aqui. Eu não gostaria de entrar nos pormenores do artigo, pois trata-se aqui somente de mostrar o efeito do Relatório Leuchter. Quem quiser ler os dois artigos do Die Zeit com minhas correspondentes respostas revisionistas, pode consultar minha respectiva publicação. [146
P. Existiu alguma consideração oficial sobre o laudo pericial de Leuchter?
R. Sim, e contraditórias. A primeira reação resultou do Ministro da Justiça, em 1990:
“Como você, sou da opinião de que sobre o Relatório Leuchter, trata-se de uma pesquisa científica.”
R. Depois o governo federal mudou sua visão, pois nos relatórios da proteção à constituição, o Relatório Leuchter é caracterizado há anos como “pseudo-científico” e somente como “suposta ciência”
P. Talvez esteja correto que o Relatório Leuchter não seja científico.
R. A acusação do suposto pseudo-cientificismo dos trabalhos revisionistas trataremos depois. Eu encerrarei aqui o tema com uma amostra do que aconteceu com o autor depois que as ondas alcançaram extensão mundial. À vista dos milhares exemplares distribuídos do Relatório Leuchter em todos os principais idiomas no mundo, assim como as diversas palestras proferidas por Leuchter, o efeito de sua obra foi enorme.
Assustada com isso, a facção do “perdoar jamais, esquecer jamais” tomou algumas contra-medidas. A “caçadora de nazistas”, Beate Klarsfeld, anunciou que Fred Leuchter
“deve compreender que ele não pode ficar impune por sua negação do Holocausto”.
R. Organizações judaicas começaram uma suja e maldosa campanha contra ele, para destruir sua reputação e com isso sua subsistência. Na linha de frente se encontrava Shelly Shapiro e seu grupo “Sobrevivente do Holocausto e amigos na caçada pela justiça”, que denominavam Leuchter como um falsário, embusteiro e vigarista. Eles afirmavam que até se prove o contrário, ele não possui qualquer qualificação como especialista em tecnologia de execução e utilizou título que não possuía. [150]
Embora todas essas acusações sejam infundadas e não se manteriam perante uma investigação jurídica, esta campanha foi um sucesso graças à cooperação dos grandes conglomerados da mídia norte-americana. Contratos de Leuchter com instituições federais norte-americanas para fabricação, instalação e manutenção de instalações para execuções foram rescindidos. Ele foi obrigado a deixar sua casa em Massachusetts e recomeçar a vida de forma escondida. Nenhum norte-americano sofreu mais com a difamação do lobby do Holocausto do que ele.
P. Ele sustenta ainda sua controversa conclusão?
R. A última vez que tive contato com ele foi no início de 2003, e naquela ocasião este era o caso.
R – Germar Rudolf
P – Público
Frases do texto original foram destacadas em negrito pela Equipe do Inacreditável – NR
Quem é Germar Rudolf?
[144] Sobre Arthur Vogt, compare o apelo de Jürgen Graf, “Arthur Vogt, der erste Schweizer Revisionist (1917-2003)”, VffG 8(1)(2003) pág. 109-.
[145] Karl Salm, “Der Justizskandal in Fall Thomas-Dehler-Stiftung”, Staatsbriefe, 5(12)(1994), 6(2,3-4,6)(1995) (http://www.vho.org/D/Staatsbriefe/Salm6_2-4-6.html).