Capítulo 3.4.4 das Lições sobre o Holocausto. São apresentadas as capacidades dos crematórios e respectivos consumos de carvão. Os dados referentes ao consumo são bem documentados e, principalmente, coerentes com os registros oficiais do obituário deste campo.
P. A ausência de rastros de fumaça nas chaminés dos crematórios não prova que estes não foram utilizados. Afinal eles foram construídos para serem utilizados. Talvez eles tenham sido tão bem construídos que não soltavam fumaça.
R. Com isso você toca na próxima pergunta que eu quero abordar aqui, ou seja, a questão se existia de fato a capacidade alegada aos crematórios de Auschwitz, de cremar centenas de milhares de cadáveres dos assassinados.
Os crematórios de Auschwitz funcionavam todos com carvão, e se deve partir então do pressuposto que, em funcionamento, as chaminés fumegavam como qualquer outra instalação movida a carvão. Existem indícios de que estas chaminés fumegavam, a saber, uma foto da chaminé do crematório II em Birkenau, onde a borda superior da chaminé está manchada com fuligem preta, compare Fig. 45. E isso não seria suficiente para envolver todo o campo ou os arredores em uma fumaça espessa.
P. As instalações de hidrogenização do carvão da I.G. Farbenindustrie AG nas proximidades não teriam produzido muito mais fumaça do que os crematórios podiam? E se não soprasse nenhuma brisa, então tal fumaça teria se acumulado nas partes mais baixas do rio e se tornaria bastante incômoda.
R. Inclusive todo o mau cheiro produzido pelas indústrias químicas, pois naquela época não existiam regras tão rigorosas para tais fábricas com hoje. Ao menos as declarações das testemunhas tinham possivelmente um fundo de verdade, causado sim por um outro fator.
P. E a respeito das labaredas que saiam pelas chaminés?
R. Neste contexto eu já citei Walter Lüftl (compare pág. 131, 192). Carlo Mattogno reuniu documentos sobre a questão das chaminés fumegantes que expeliam labaredas, e também conduziu experimentos, dos quais resultam que mesmo sob possíveis condições desfavoráveis nenhuma chama poderia ter saído das chaminés dos crematórios. Isso se explica simplesmente pelo fato do canal de fumaça, a partir dos fornos até o topo das chaminés dos crematórios de Auschwitz, ter até 30m de altura; estas chaminés eram tão longas que nenhuma labareda gerada por um fogo proveniente de carvão, e quase ausente de chamas, poderiam alcançar o topo, e cujas mufas dos fornos continham somente cadáveres e não algum combustível altamente inflamável ou gás. [432]
P. Muito bem, nenhuma labareda e somente um pouco de fumaça. Mas então isso somente tornava a cremação dos assassinados mais efetiva, pois era feita desapercebidamente.
R. O problema das labaredas e com pouca fumaça é importante somente para determinar a credibilidade das testemunhas, se elas tendem a dramatizar suas histórias com falsos detalhes. Sobre a capacidade do crematório para cremar o alegado número de vítimas, como você bem notou, isso diz nada.
Para se determinar algo sobre isso, deve-se conhecer a capacidade dos crematórios, ou seja, sua capacidade para cremar um determinado número de cadáveres por unidade de tempo. A esse respeito, o ponto de partida dos reconhecidos historiadores segue principalmente as linhas propagandistas de Sefton Delmer e Ellic Howes, os quais eu citei no capítulo 2 (compare pág. 177 et seq) e onde a conversa gira em torno de 3.000 cadáveres por dia para “o crematório”. Excetuando de divergentes testemunhos, é citado frequentemente como prova desta ordem de grandeza um documento da administração SS do campo daquela época, a qual menciona uma capacidade diária de cremação dos crematórios de Auschwitz de 4.756 cadáveres. [433] Considerando um período de funcionamento de cerca de dois anos e meio, resulta numa capacidade máxima de cerca de 4,3 milhões de cadáveres.
P. Opa, aqui temos novamente nossos quatro milhões! O documento é verdadeiro?
R. Aqui os espíritos discutem. [434] Mas isso não é lá muito importante.
P. Por favor, essa não!
R. Devagar. Se você achar um documento onde esteja escrito que um fusca atinge uma velocidade máxima de 500 km/h e com isso pode rodar no ano 4,3 milhões de quilômetros, qual seria sua opinião sobre tal documento?
P. Eu iria achar que o autor é um gozador.
R. E como você iria fundamentar isso?
P. Se for preciso, então com os dados técnicos do fusca.
R. Exatamente. Então nos permita proceder da mesma foram com os crematórios de Auschwitz. Com certeza eu não vou inventar a roda mais uma vez. Desde o início dos anos 1990 o engenheiro italiano Dr. Franco Deana e o historiador italiano Carlo Mattogno analisaram milhares de documentos da SS em Auschwitz, sobre a empresa que construiu os fornos de Aschwitz, assim como diversos documentos e publicações técnicas sobre a técnica e capacidade de cremação atuais e daquela época, e em cima disso fizeram diversos cálculos. O resultado desta pesquisa foi até utilizado recentemente por Fritjof Meyer, redator chefe da revista Der Spiegel em seu já mencionado polêmico estudo (compare capítulo 2.21). Eu resumi na tabela 6 o resultado desta abrangente pesquisa.
P. Mais de 600.000! Estes números parecem mostrar que os crematórios foram planejados de fato para um extermínio.
R. Não se precipite! Segundo consenso predominante, Auschwitz foi ampliado somente no início de 1942 como local para o extermínio dos judeus, quando os dois já mencionados barracos foram construídos. Isso não levou ao planejamento dos quatro novos crematórios. Naquela época estava planejado somente um crematório – o posterior crematório II – e isso somente como substituto do antigo crematório no Stammlager, que se pretendia desativar. Os três crematórios adicionais foram planejados somente no verão de 1942
P. Como se pode enviar pessoas a um Campo, onde predomina uma situação terrível, onde os detentos morrem como moscas!
R. Essa é uma justa objeção moral. De fato, as deportações dos detentos para Auschwitz não pararam mesmo após a deflagração desta epidemia.
P. Isso pode ser chamado então de um grave homicídio culposo.
R. Contra milhares, certo. Mas agora retornando aos números da cremação. Os números apresentados na tabela acima são confusos, pois são os valores máximos teóricos. Eu gostaria de falar sobre dois parâmetros que nos permitem estimar uma ordem de grandeza dos cadáveres cremados, de fato, nos crematórios.
Por um lado temos a quantidade de carvão fornecidas aos crematórios, sobre a qual existe uma documentação sem lacunas para o período entre fevereiro de 1942 e outubro de 1943, veja tabela 7. [438]
Primeiramente eu gostaria de chamar a atenção de vocês para um detalhe surpreendente. Durante o período de funcionamento do antigo e único crematório, aquele no Stammlager (Auschwitz I – NR), que tinha seis mufas, ou seja, de fevereiro de 1942 até fevereiro de 1943, o consumo médio mensal de carvão era de 30 toneladas ou 5 toneladas por mufa. O fornecimento extremo de carvão em março de 1943 destinava-se à secagem e ao aquecimento dos crematórios II e IV que estavam entrando em funcionamento. Além disso, deve ter havido um congestionamento de cadáveres devido à epidemia, sendo que os crematórios funcionaram ininterruptamente no seu início.
Agora, é surpreendente que o consumo de carvão para o período em que os novos crematórios estavam em funcionamento, era somente 2,5 vezes maior do que aquele do antigo e único crematório, embora os novos crematórios possuíssem 7,7 vezes mais mufas. Mesmo se considerarmos que a eficiência dos novos fornos era melhor que aquela do antigo, temos ainda que os novos crematórios não foram utilizados de forma tão intensiva como o antigo crematório naquele período quando ele devia dar conta sozinho de todos os cadáveres. Em outras palavras: a SS tinha construído uma enorme sobre-capacidade de cremação, a qual ela aparentemente não utilizou.
Considerando-se um consumo médio de carvão em 20 kg por cadáver, [439], então resulta um total de 51.625 cadáveres que poderiam ser cremados com 1.032,5 toneladas de carvão, durante este período de 21 meses. Isto gira em torno da ordem de grandeza do número de vítimas que estão registrados nos obituários de Auschwitz. [440]
Um outro parâmetro que nos mostra um pouco mais da sobrecarga dos novos crematórios em Birkenau, é a duração da alvenaria refratária dos fornos. A firma Topf, a qual construiu os fornos em Birkenau, indicava a vida útil desta alvenaria em 3.000 cremações, o que se situava 50% acima do normal da época.
R – Germar Rudolf
P – Público
Frases do texto original foram destacadas em negrito pela Equipe do Inacreditável – NR
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