Estamos acostumados a ouvir constantemente nos dias de hoje, que uma das grandes conquistas da sociedade moderna é o Estado democrático. Sobre o palanque, qualquer peça medíocre de retórica ganha de imediato um aspecto de seriedade e conteúdo quando lança mão deste termo. Mas quem ainda acredita que nos países ocidentais a vontade popular é respeitada?
Dizem que tua liberdade de opinião é garantida por lei. Mas a opinião é realmente tua?
O sistema democrático é defendido por todos os meios e a qualquer custo no chamado “mundo ocidental”. Curiosamente, os políticos autodenominados “guardiões da democracia” são justamente aqueles que frequentemente tentam minar o “Estado de Direito Democrático” com o objetivo de erigir um Estado Controlador Global. Sob o codinome de “democracia” e uma desculpa esfarrapada de ‘ameaça terrorista”, a democratização forçada de outros países é justificada através de propaganda, guerra e terror, já há alguns anos. Os meios justificam os fins.
Sob o termo democracia entende-se – oficialmente – “governo do povo”. Todavia, predomina realmente na sociedade democrática – cada vez mais notória – uma ditadura dos partidos políticos, e que são liderados muitas vezes por políticos criminosos – eleitos livremente só na aparência por uma massa influenciável e manipulável, para levar a cabo seus objetivos pessoais. Estes motivos são mais do que suficientes para pesquisar a fundo a essência da democracia.
Uma outra origem etimológica
Para entender melhor a essência da democracia, devemos analisar primeiramente o termo em si – sua origem e significado. Parte-se do lugar comum atual, de que a palavra do grego antigo demos possa ser traduzida pela palavra povo e com isso, o termo “demo”-cracia significaria governo do povo. Outras fontes apontam, entretanto, para a palavra laós significando povo. Prova disso é o nome grego Menélaos que significa algo como líder do povo. Ao contrário, demos, traduzido corretamente, não significa povo, mas sim escória: os antigos camponeses gregos de Pireu ferviam a gordura das ovelhas em grandes tachos e retiravam então a escória (sem valor) da superfície da fervura. Esta escória era denominada demos. A elite intelectual dos antigos gregos das Cidades-Estados caracterizava desprezivelmente, portanto, o emergente governo das massas como democracia, o governo da escória. Um aspecto muito interessante, podendo ou não ser verificado etimologicamente.
O poder emana também DIRETAMENTE do povo
Manipulação da opinião pública
Uma opinião ou convicção é produto de vários fatores mutantes e assim está sempre sujeito a um contínuo desenvolvimento. Justamente nas sociedades ditas democrática, os fatores formadores de opinião das massas são facilmente influenciáveis e controláveis. Um dos mais influentes fatores é, sem dúvida alguma, a dinastia da mídia. A mídia e a mídia de massas estão na condição de controlar e dirigir o desenvolvimento intelectual e formação de uma sociedade. É fato que na Alemanha, por exemplo, a influência da mídia já foi aplicada uma vez com sucesso para fins de propaganda. Hoje, a possibilidade de controle das massas tornou-se muitas vezes mais fácil ainda por causa da sempre crescente quantidade de informações. Quase ninguém pode se livrar do terror consumista e ditadura de opinião das mídias. O subconsciente das pessoas é totalmente exposto a estas influências e ele não consegue se proteger contra isso. Uma grande parte da sabedoria das massas provém em última instância das mídias de massas. Deste fato também se aproveita a Política. Sem o apoio das mídias não é possível uma eleição, pois as informações para uma decisão eleitoral são veiculadas quase exclusivamente por elas. Quem as controla, controla o consciente e o conhecimento, e com isso a decisão das massas. É claro que ainda se acredita que no Brasil reina a liberdade de imprensa, pois isso é propagado repetidamente pela própria mídia, embora essa afirmação não resista a uma análise mais acurada e se revela como totalmente absurda. Quem se dá ao esforço a investigar melhor as respectivas participações societárias, irá notar que a maioria das empresas de mídia está nas mãos de alguns poucos conglomerados. Estes, por sua vez, apontam para diversas relações e dependências para com a Política. A base para uma opinião livre e independente do eleitor é minada.
Sistema compulsório democrático
No Brasil, a democracia obriga o leitor a votar e, desta forma, ela se manifesta bem aos moldes daquele velho lema medieval:
“E caso tu não queiras tornar meu irmão, eu te esmago o crânio.”
Mesmo que o Brasil adotasse o voto facultativo, como em outros países ditos democráticos, o desinteresse geral dos eleitores pela política iria levar a uma inexpressiva participação nas eleições. A vontade da maioria não se manifesta desta forma e em uma participação abaixo de 50%, ela também não existe mais. Isso não significa, todavia, que aqueles que não votaram não tenham opinião política. Quem rejeita as eleições, seja qual for o motivo, mas mesmo assim tendo uma opinião política, precisa se submeter a esse sistema partidário ou não consegue se manifestar politicamente. Somente pela participação nas chamadas “eleições livres”, é possível expressar “sua” opinião. Sendo eleito um “partido popular” após esta questionável eleição, ele não está mais submetido a um controle direto do povo, reinando praticamente um tipo de ditadura partidária.
Por causa da carente formação intelectual e moral e, com isso, de uma resultante desorientação da sociedade, nunca será possível desenvolver uma real e organizada via política de maioria. Nesta forma, democracia se baseia no anonimato e supressão espiritual do indivíduo. Só um entendimento amplo e profundo sobre as questões básicas da existência humana cria o fundamento espiritual para um verdadeiro ordenamento democrático e de liberdade.
A raiz democrática do chamado Terrorismo
Como o sistema da sociedade atual só pode ser mantido através da inconsciência das massas, tenta-se por todos os meios retardar o natural desenvolvimento espiritual do ser humano. A criação sistemática do medo coletivo pela política através das chamadas ameaças terroristas é evidente. De outra forma, haja vista o tratamento histérico da temática, deve se partir do pressuposto que aqueles políticos sofram muito de mania de perseguição e senso de realidade.
Supondo que existisse de fato uma ameaça terrorista, forçosamente deveria ser lançada a pergunta sobre o motivo deste desenvolvimento. Evidentemente esta questão, se colocada, será tratada muito superficialmente, pois a resposta coloca em xeque o atual sistema.
Basicamente existe em cada pessoa um fundamento moral-espiritual, através do qual é garantida uma coexistência pacífica. Desde há séculos, um sistema de poder pode se desenvolver através da crescente inconsciência das massas. Ele foi baseado na repressão espiritual e com isso retirou um fator vital da humanidade. Diante disto, as massas só podem ser mantidas sob controle através de um Estado controlador com mandamentos e proibições. Entretanto, é um tremendo desdenho afirmar que isso seria o estado normal de uma sociedade. Mesmo ele se apresentando tão superficialmente.
Cada país baseia-se em pode e autoridade e sendo assim, em um fundamento doentio. Poder sobre um outro não é nada mais do que fraqueza, que é mascarado como força e tem sua origem na ausência de um fundamento espiritual. Como a democracia se baseia também nesta fundação podre, somente um militante deste estado controlador pode manter sob controle os sintomas do ausente fundamento moral espiritual, como por exemplo, o terrorismo. Nenhuma outra forma de Estado se presta melhor para reprimir o espírito humano do que a democracia. Ela é a forma de Estado mais adequada para, através de “pão e circo”, manipular e controlar o povo.
De uma forma geral, democracia vale como a forma de governo mais moderna e com mais liberdade. Mesmo a democratização forçada parece tornar-se legítima sob esta bandeira. Apesar do agravamento dos problemas, não está na pauta uma mudança fundamental do sistema. Ao invés disso, tenta-se com uma superficial pseudo-discussão solucionar os sintomas do sistema doente através do próprio sistema. Com isso, a atenção à real origem do problema é desviada para os sintomas, afim de manter a impressão de um fundamento democrático e de liberdade. Condicionado a esse sistema, forma-se um comportamento espiritual amorfo e uma mentalidade submissa (não adianta fazer nada…; mas o que eu posso fazer…). O desenvolvimento de um fundamento moral-espiritual é reprimido através deste aparente sistema fechado em si e cria, assim, a base para o controle das mentes e as manipulações. Uma vez reconhecida a raiz do problema, não é mais necessário investigar as diferentes formas de manifestação como, por exemplo, o terrorismo. A raiz do terrorismo é, em última instância, a inconsciência do espírito do homem como resultante da estrutura espiritual coletiva da sociedade democrática.
Uma profunda mudança de significado histórico se mostra diante da atual sociedade em um futuro próximo. A democracia, baseada em fundamento podre, parece ter chegado a seus limites, pois as consequências da ausente base espiritual como depressão, violência, guerra e terror, são quase incontroláveis. As articulações dos políticos em direção a um Estado Controlador parecem hesitantes botes salva-vidas para mantê-los em seu sistema de poder. Isso só prolongará o desmoronamento e agravará o problema. Haja vista a situação política atual, é só uma questão de tempo para que ocorra o desabamento total do sistema. Este ponto parece ser a única possibilidade de eliminar o sistema de poder doentio e colocar a pedra fundamental de um novo ordenamento moral-espiritual.