Capítulo 3.11 das Lições sobre o Holocausto. “Quão vergonhoso que eu contradigo o governo alemão! Segundo a boa tradição alemã, nós devemos engolir tudo aquilo que nos é ordenado sem avaliação crítica, e o governo alemão sempre tem razão, legal, não? Fato é que o governo alemão não comprova suas afirmações sobre o total extermínio dos ciganos.”
P. O que dizer então daquelas afirmações, os nazistas teriam também tentado exterminar homossexuais e ciganos?
R. Membros destes grupos não foram conduzidos como tal, mas sim somente quando preenchiam determinados critérios. Uma exibição pública da homossexualidade era tão proibida na Alemanha como em outros países do ocidente. Da mesma forma continuou sendo após a guerra e esta situação somente se alterou com o movimento internacional pelos direitos humanos no final dos anos 60 e início dos anos 70 do século XX. Quando um homossexual era encaminhado a um Campo, então porque ele infringiu a lei e após cumprimento da pena era classificado como “incorrigível”.
P. Quer dizer que você nega o extermínio de homossexuais no Terceiro Reich?
R. Você é ciente que a palavra “negar” é próxima à palavra “mentira” e significa, salvo engano, que você me acusa de negar algo? Nós não poderíamos entrar aqui num consenso e utilizar a palavra “contestar”, assim nós evitaríamos toda essa polêmica?
P. Tudo bem. Você contesta o assassinato de homossexuais?
R. Sim, e devido a um motivo bem simples, pois a reconhecida e estabelecida ciência assim o faz. Afirmações sobre um assassinato sistemático de homossexuais são completas inverdades, [764] assim como afirmações do tipo, os ciganos teriam sido exterminados no Terceiro Reich, não é uma afirmação verdadeira.
P. Com isso você contradiz, entretanto, as declarações oficiais do governo alemão, que indica a cifra de 500.000 ciganos assassinados! [765]
R. Quão vergonhoso que eu contradigo o governo alemão! Segundo a boa tradição alemã, nós devemos engolir tudo aquilo que nos é ordenado sem avaliação crítica, e o governo alemão sempre tem razão, legal, não? Fato é que o governo alemão não comprova suas afirmações sobre o total extermínio dos ciganos. Comprovado está, ao contrário, que existia cerca de um milhão de ciganos nos territórios ocupados pela Alemanha antes do início da guerra na Europa e que – segundo declaração da International Romani Union no New York Times de 27/09/1992, ou seja, dos próprios ciganos! – existiam no início dos anos 90 mais de dez milhões de ciganos. Como pode valer a afirmação que os ciganos foram exterminados? Como que de poucos sobreviventes se faz mais de dez milhões em quarenta anos? [766] Eu me permito citar uma passagem do certamente insuspeito Frankfurter Rundschau: [767]
“Somente através de abundante estudo dos arquivos deixa-se determinar que o número de Sinti e Roma assassinados situa-se claramente abaixo da cifra divulgada publicamente: 50.000 ao invés de 500.000 (Michael Zimmermann, Esses/Jena)”.
R. E aqui eu também coloco ainda um ponto de interrogação atrás do verbo “assassinados” – eles também morreram como a maioria dos detentos ao final da guerra devido às condições catastróficas dos campos – como também um outro ponto de interrogação após a cifra de 50.000. [768]
R. Que muitas dessas pessoas trancafiadas nos campos morreram principalmente na fase final da guerra, foi menos devido a uma política alemã de extermínio do que às condições presentes nos campos, como nós já mencionamos, foram conseqüências da utilização de uma violência extrema.
P. De alguma forma eu não consigo me livrar da suspeita, que você quer nos vender os Campos de Concentração dos nazistas como colônia de férias.
R. Nada me passa tão distante. A leitura do prefácio da obra citada de Paul Rassinier deve dissipar qualquer falsa impressão. [72,76] Mas eu também posso recomendar a comparação dos diários de dois prisioneiros do CC de Dachau. De um lado o diário de um detento que permaneceu ali durante a guerra, [769] e do outro lado o diário de um detento que após a guerra foi mantido prisioneiro pelos ocupantes norte-americanos. [770] Desta comparação podemos concluir que, até pouco antes do final da guerra, era bem mais agradável em pelo menos alguns Campos de Concentração alemães do que após a guerra, sob a regência da forças de ocupação. [771] Mas é claro que isso não permite uma generalização. Prova aqui é, por exemplo, a alta taxa de mortalidade dos detentos deportados e registrados no início de operação do Campo de Auschwitz – mais da metade faleceu nos três primeiros meses após sua deportação [521] – que temporariamente Auschwitz se tratava de um Campo onde a vida humana era exterminada, porém, com sentido totalmente diferente do que é explicitado no código penal alemão, ou seja, através da desconsideração e desleixo. Para o extermínio de pessoas não é necessário câmara de gás. Algo semelhante pode se dizer sobre as condições catastróficas no Campo de Majdanek, como Jürgen Graf e Carlo Mattogno descreveram: [772]
“O Campo de Concentração de Majdanek foi um local de sofrimento. As pessoas aprisionadas lá sofreram sob condições catastróficas de higiene, epidemias, temporariamente sem alimentação adequada, desmoralizante trabalho forçado, chicanas. Mais de 40.000 detentos de Majdanek encontraram a morte principalmente devido às doenças, esgotamento e desnutrição; um número indeterminado foi executado.
Aqueles que realmente morreram em Majdanek ganham nosso respeito, assim como todas as vítimas da guerra e opressão, seja qual nação elas tenham pertencido. Porém, nós não concedemos a honra aos mortos, se seu número for inflado em n-vezes por motivação político-propagandística e se aparecem afirmações sobre a forma que eles encontraram a morte, que carecem de qualquer fundamento”.
R – Germar Rudolf
P – Público
Frases do texto original foram destacadas em negrito pela Equipe do Inacreditável – NR
Quem é Germar Rudolf?
[764] Compare sobre isso Jack Wickoff, “Der Mythos von der Vernichtung Homosexueller im Dritten Reich”, VffG 2(2) (1998), pág. 135-139.
[765] Bundespräsident Dr. Roman Herzog, 16/03/1997 em discursoin na abertura do Centro de documentação e Cultura Sinti e Roma em Heidelberg, Bulletin, Presse- und Informationsamt der Bundesregierung, 19/03/1997, Nr. 234, pág. 259: “An die 500.000 Mordopfer, davon über 20.000 deutsche Sinti und Roma – das ist eine Barbarei ungeheuren Ausmaßes.” (Às 500.000 vítimas, dentre elas 20.000 Sinti e Roma alemães – isso é uma barbárie de dimensão mostruosa)
[766] Compare Otward Müller, “Sinti und Roma – Geschichten, Legenden und Tatsachen”, VffG 3(4) (1999), pág. 437-442.
[767] “Die Forschung fängt erst an”, Frankfurter Rundschau, 13.2.1997, pág. 7; compare Michael Zimmermann, Verfolgt, vertrieben, vernichtet. Die nationalsozialistische Vernichtungspolitik gegen Sinti und Roma, Klartext-Verl., Essen 1989.
[768] Veja neste contexto também o artigo de Carlo Mattognos sobre o destino dos ciganos encaminhados a Auschwitz, “Die ‘Vergasung’ der Zigeuner in Auschwitz am 2.8.1944”, VffG 7(1) (2003), pág. 28f.
[769] “Arthur Haulot, Lagertagebuch. Januar 1943 – Juni 1945”, Dachauer Hefte, 1(1) (1985), pág. 129-203.
[770] Gert Naumann, Besiegt und “befreit”. Ein Tagebuch hinter Stacheldraht in Deutschland 1945-1947, Druffel, Leoni 1984, pág. 139-199, 239-281.
[771] Ingrid Weckert, “Zweimal Dachau”, VffG 2(1) 1998, pág. 22-34 (www.vho.org/D/Sleipnir/RauWe3_2.html).
[772] J. Graf, C. Mattogno, aaO. (Nota 458), pág. 255.