Nosso sistema financeiro sofre de uma patologia crônica que provoca a sangria dos recursos produtivos: a exploração do trabalho pelo não-trabalho ou, se preferirem, através da cobrança abusiva de juros bancários. A maior vitória das Altas Finanças foi nos fazer acreditar que a cobrança de juros seja algo perfeitamente “normal”…
Este rompimento significa a única e definitiva libertação do verdadeiro trabalho que está preso aos poderosos das finanças, que dominam o sistema bancário mundial. Romper com a escravidão dos juros significa a reconstrução da livre personalidade, a salvação das pessoas da escravidão e da fascinação mágica de sua alma pelo consumismo ou, melhor dizendo, pelo mamonismo apátrida.
Abaixo segue um trecho do
Manifesto pelo rompimento da escravidão dos juros
escrito em 1919, por G. Feder.
“Quem quiser combater o capitalismo, tem que romper com a escravidão dos juros.
É surpreendente constatar, como a ideologia marxista, desde Marx e Engels, começando com o Manifesto Comunista e indo até o Programa de Erfurt [1], principalmente com Kautsky e também com os atuais poderosos socialistas, como se obedecendo a uma só voz de comando, deixa intocável os juros dos credores capitalistas. A santidade do juros tornou-se tabu; os juros são o todo-poderoso, também para os comunistas. Ninguém ainda ousou em mexer nos juros (aos templários foi emprestado dinheiro isento de juros). Enquanto valores como a propriedade, a nobreza, a honra, a segurança das pessoas e dos bens, o direito da Coroa, a convicção religiosa, a honra militar, a Pátria e a liberdade, situam-se mais ou menos dentro da regulamentação legal, os juros são sagrados e intocáveis. Noli me tangere! (Não me toque). Seu enorme peso arrasta o navio do Estado para o abismo; ele é um enorme engodo, ele é único e completamente erigido a favor dos grandes investidores.
Os grandes poderosos do mundo das finanças permanecem como a última força impulsora atrás do imperialismo anglo-americano, que abraça o mundo. Os grande financistas financiaram de fato as cruéis mortes de seres humanos na Guerra Mundial. Os grandes financistas, certamente como os proprietários de todos os grandes jornais, envolveram o mundo em uma rede de intrigas. Eles incentivaram com prazer toda a paixão, o desejo pelo luxo, o consumismo, as saudades sem sentido e as utopias… O espírito do consumismo queria somente conhecer os números da exportação, números sobre a riqueza nacional, sobre o aumento e projetos das grandes corporações financeiras, sobre os financiamentos internacionais, etc. E levou à bancarrota a moral pública, os círculos dirigentes ao materialismo e na vontade ao prazer, a uma banalização da vida nacional, todos estes fatores que carregam a culpa pelo terrível colapso.
Os juros, a cômoda transferência de bens sem esforço e sem fim, o proprietário do capital sem qualquer tipo de trabalho, deixou crescer as grandes corporações financeiras. Os juros do dinheiro são o início criminoso de onde se origina a Internacional Dourada – o Super-capitalismo.
E o Direito Romano, onde está baseado nosso Direito, foi criado para proteger o grande capital e o usurário; pois é o Direito a serviço de uma Plutocracia.
A insaciável cobiça pelos juros do empréstimo do grande capital é a fuga ao trabalho humano. As receitas das casas dos Rothschild, dos Kahn, Loeb, Speyer, Schiff, Morgan, Vanderbilt e Astor, estimadas juntas em pelo menos sessenta ou setenta milhões, com um rendimento de 5% de juros, significa para estas oito famílias um rendimento de 75% dos contribuintes da Prússia no ano de 1912, que era constituída por 21.000.000 de almas. Oito multimilionários têm o mesmo rendimento do que 38 milhões de alemães.
Através de uma intensiva campanha de esclarecimento, tem-se que expor ao povo de forma clara, que o dinheiro nada mais deve representar do que um vale para o trabalho executado, que aquela economia desenvolvida necessita o dinheiro como meio de troca; mas que com isso a função do dinheiro está terminada e de forma alguma pode ser transferido ao dinheiro, através dos juros, um poder sobrenatural que cresce por si só ao custo do trabalho produtivo”.
Notas:
[1] Em 1891, Karl Kautsky, juntamente com August Bebel e Eduard Bernstein, elaboram o Programa de Erfurt do partido SPD. Tendo como base a teoria marxista, almejou-se uma sociedade socialista na Alemanha. Após a morte de Engels, Kautsky tornou-se o mais importante e influente teórico do SPD.
Artigo publicado originalmente a 27/07/2009.
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