Confiantes em seus direitos e na promessa nos 14 pontos de Wilson, os alemães não ofereceram resistência salvo apenas algumas pequenas exceções, e esperavam que sua vontade pudesse ser atendida nas negociações.
Limpeza étnica e injustiça dura até hoje. Por quanto tempo ainda?
A autodeterminação de um povo é um direito básico fundamental e sempre foi defendido ao longo da história com sangue, tradição e honra. Entretanto, este direito vem sendo mais e mais vilipendiado e subtraído do consciente coletivo dos povos através de palavras vazias e frívolas como globalização e raça humana.
Existe sim a espécie humana, com suas inúmeras raças – NR.
Um bom exemplo da violação do direito à autodeterminação foi o massacre dos alemães dos Sudetos por parte dos tchecos a quatro de março de 1919, na ocasião da costumeira e tradicional demonstração deste claro direito.
Em vermelho, a região dos Sudetos
Desde a povoação através das tribos germânicas dos Marcomanos e Quados, a região dos Sudetos foi povoada ininterruptamente por pessoas que, como alemães, tinham tido desde a Idade Média, durante séculos, sua pátria no reino da Boêmia – parte do Sacro Império Romano Germânico – e depois no Império dos Habsburgos, e no século XX eram mais de três milhões alemães dos Sudetos – distribuídos em sua maioria nas fechadas colônias alemãs.
Quando foi instituída uma Tcheco-Eslováquia independente a 28 de outubro de 1918, dois dias depois, os representantes alemães da Boêmia do Norte formaram o país “Boêmia alemã”, e aqueles da Boêmia oriental, norte de Moravia e a Silésia austríaca o “Sudetenland”. Ambos representantes legitimados democraticamente declararam pertencer ambos os países à nova formada “Áustria alemã”. A três de novembro de 1918, os alemães do sul de Moravia decidiram unir a área habitada pelos “Alemães da Moravia do Sul” à Baixa Áustria e com isso à Áustria alemã. Os deputados alemães destas três regiões citadas participaram em 1918 na fundação da Áustria alemã. A Lei Fundamental desta nova Áustria alemã considerou as áreas dos alemães dos Sudetos como parte do novo Estado austríaco.
Embora com isso a clara vontade dos alemães fechados das colônias na Boêmia e Morávia estivesse esclarecida e o antigo império Austro-húngaro ainda existisse até a entrada em vigor do Ditado de St. Germain em 10 de setembro de 1919, as tropas tchecas ocuparam a partir de dezembro de 1918 a região alemã dos Sudetos. Confiantes em seus direitos e na promessa nos 14 pontos de Wilson, os alemães não ofereceram resistência salvo apenas algumas pequenas exceções, e esperavam que sua vontade pudesse ser atendida nas negociações.
Quando toda a Áustria alemã votou na Assembléia Constituinte em 16 de fevereiro de 1919, os alemães dos Sudetos foram impedidos de participar pelas tropas de ocupação tchecas estacionadas. Por isso todos os partidos dos Sudetos clamaram pela greve geral em 4 de março de 1919, dia da primeira reunião da Assembléia Constituinte, em Viena, e por demonstrações em prol da autodeterminação dos alemães em todas as cidades de Sudentenland.
A 4 de março, centenas de milhares de alemães se reuniram pacificamente em sua Pátria – entre eles mulheres e crianças – quando então os militares tchecos atiraram contra os demonstrantes. Como o fogo foi aberto simultaneamente em diversos locais, uma intervenção armada e violenta foi premeditada pelos tchecos desde o início. Ao todo, foram aqui mortos 20 mulheres e crianças, a mais nova de 11 anos, a mais velha de 80 anos. Somente em Kaaden, morreram ainda 25 pessoas, em Steinberg 16. Os outros morreram em Arnau, Eger, Mies e Karlsbad
Lista de alemães assassinados pelos tchecos em 4 de março de 1919
Esses acontecimentos acirraram muito desde o início a relação entre tchecos e alemães, o quais contra sua declarada vontade, foram forçados a aderir ao novo Estado Tcheco-Eslováquia. As promessas do ministro do exterior tcheco, Eduard Benesch, sobre um “tipo de Suíça” foram quebradas desde o início. Com falsificações grosseiras – principalmente em suas famosas memórias III – Benesch enganou a Conferência da Paz, em Paris, e se empenhou depois para despovoar os alemães dos Sudetos. Somente com a participação da Inglaterra, França e Itália para elaborar – dentro do Direito Internacional – o Acordo de Munique a 29 de setembro de 1938
Alemães expulsos na limpeza étnica dos Sudetos em 1945/46