Stálin quis invadir a Alemanha e a Europa Ocidental em 1941? Os documentos que atestam esta tese são impressionantes. Enquanto um crescente e contínuo número de revisionistas não escondem mais a verdade, a ciência histórica vigente se prende ainda na imagem da “União Soviética amante da paz” e invadida por Hitler. Seus defensores alegam que as intenções de invasão de Stálin não podem ser comprovadas, como também seriam improváveis diante daquele cenário. Ao contrário de Hitler, o ditador não estava pressionado contra a parede em 1941, mas, sim, tinha suficientes alternativas. [1] Como as testemunhas da época não vivem mais e documentos comprobatórios inquestionáveis nunca foram encontrados, resta ao historiador tentar descrever a sequência dos fatos apenas com a ajuda de indícios relevantes. Todavia, para a justiça, indícios são reconhecidos quando então sustentam um relato dos fatos, o qual pode ser aceito como verdadeiro com grande probabilidade.
Que as testemunhas da época não vivem mais, dispensa explicações. O membro mais jovem do Politbüro daquela época era Lawrenti Pawlowitsch Berija, com 40 anos em 1939. Entrementes já se passaram 68 anos. Que Stálin providenciou a destruição após a guerra de todos os documentos comprometedores, sabemos disso através de Viktor Suvorov e seus colegas russos. [2]
Qual era realmente o objetivo de Stálin?
Aqui ele aparece a 1º de maio de 1941, ou seja, exatamente quatro dias antes de seu discurso secreto
diante de formandos da academia militar, na tribuna do mausoléu de Lênin.
Ao seu lado, a partir da esquerda, Georgi Dimitrov, Kliment Vorochirov, Andrej Andrejev e Molotov.
Os indícios
1. Os discursos de Stálin
Na procura por indícios, devemos analisar os discursos de Stálin e procurar passagens relevantes. Obviamente os ditadores não declaram publicamente suas reais intenções, por isso todo cuidado é pouco. Todavia existem passagens reveladoras:
– Discurso secreto de Stálin diante dos membros do Politbüro, a 19 de agosto de 1939
– Discurso de Stálin diante dos formandos da Academia, no Salão Georg do Kremlin, a 5 de maio de 1941.
– Conversa nesta mesma data, diante de um círculo de oficiais em um banquete no Kremlin.
O primeiro discurso mencionado foi publicado logo após a eclosão da guerra em 1939, pela agência francesa Havas e logo depois desmentida por Stálin em sua famosa entrevista a 30 de novembro de 1939. Enquanto a ciência estabelecida acredita ainda hoje nesta negação, ela é colocada em dúvida por inúmeros historiadores, dentre eles Viktor Suworoc, David Irving, Joachim Hoffmann, Stefan Scheil e Walter Post. [3]
Sobre as últimas duas passagens, David Irving, entre outros, apresenta uma compilação das citações de Stálin: “Ele explica bem detalhadamente as preparações para a próxima guerra contra a Alemanha.” Como armamento apresentam-se os tanques KW I e KW II. “São tanques excepcionais, cuja blindagem aguenta projéteis de 76 mm. […] Temos hoje cerca de 100 divisões blindadas e motorizadas. […] Nosso plano de guerra está concluído, os aeroportos construídos. […] Aviões de 1ª linha já se encontram lá. […] Ao longo dos próximos dois meses podemos iniciar a guerra contra a Alemanha.” [4] Estas informações coincidem com inúmeras declarações de oficiais soviéticos capturados pelos alemães, que teriam eles próprios ouvido o discurso. [5]
2. Os planos de ataque do Exército Vermelho
Reflexões sobre as preparações de Stálin para uma guerra preventiva ganharam novo destaque, na ocasião quando o coronel Wladimir Karpow fez uma declaração sensacional ao jornal para oficiais do exército. Tratou-se de um dos mais secretos documentos da União Soviética. Werner Maser descreveu o episódio detalhadamente em seu livro Das Wortbruch. A conversa girou em torno dos planos de invasão da Alemanha e seus aliados pelo Exército Vermelho, de 15 de maio de 1941. Trata-se aqui de um plano para deslocamento de tropas, revisado anualmente pelo Estado-maior soviético, mas que faz referência em diversas passagens especialmente para o ano de 1941 e por isso mesmo deve ser visto como forte indicador das intenções de ataque dos soviéticos no verão ou outono de 1941. [6]
3. A mudança de posição de Stálin para o lado dos aliados
No início do verão de 1941, apareceram os primeiros indícios de uma iminente troca de posição de Stálin, por ocasião do envio do representante britânico, Sir Stafford Cripps, para Moscou, o que logo se concretizou. O golpe dos oficiais em Belgrado, no início da crise entre Grécia e Iugoslávia, a 27 de março de 1941 e que levou à invasão dos Bálcãs pelas tropas alemãs, aconteceu já sob os sinais da diplomacia secreta entre britânicos e soviéticos. [7]
4. A anexação dos países bálticos
As exigências de Molotov aos governos dos países bálticos levaram a 28 de setembro com a Estônia, a 5 de outubro com a Letônia e a 10 de outubro de 1939 com a Lituânia, a uma excessiva interferência na soberania destes países e que culminou em junho 1940 com a invasão das tropas soviéticas e respectiva ocupação destes países citados. Esta manobra permitiu o amplo acesso dos soviéticos ao Mar Báltico. Os portos do Báltico estavam agora sob a ocupação da frota vermelha. Esta manobra feriu importantes interesses de segurança dos alemães, entre outros também através da ocupação soviética da área petrolífera em Mariampol, Lituânia, que fora assegurada ao Reich. [8]
5. Romênia é chantageada pelos soviéticos
Para limitar as possibilidades de Hitler, existia um excelente meio para Stálin, pois um ponto nevrálgico do Reich era o abastecimento com matérias-primas: Berlim necessitava urgentemente do petróleo romeno. Pressionando Bucareste, Stálin tentava cortar do Reich as fontes de matéria-prima. A 23 de junho de 1940, ele ordena que ser ministro do exterior Molotov declare a Bessarábia como parte do acordo secreto de 23 de agosto de 1939 e seu atraso não tolera qualquer solução. [9] Agora fica claro para Berlim que os objetivos de Moscou estavam mais ocultos do que se imaginava. E a 26 de junho de 1940, Moscou deu um ultimato ao embaixador romeno no qual foi exigido a cessão da Bessarábia dentro de dois dias. Sob conselho de Hitler, o qual não estava em condições de ajudar, o rei Carol da Romênia aceitou o ultimato e o Exército Vermelho ocupou a Bessarábia. Com isso, este ficou apenas a 120 km das reservas petrolíferas da Romênia e teve que ser considerado por Berlim como uma concreta ameaça. [9]
O mapa (da obra Eisbrecher, de V. Suvorov) mostra a situação, em junho de 1941,
como os campos petrolíferos da Romênia representavam
um dos pontos nevrálgicos do Terceiro Reich. Segundo Viktor Suvorov,
a União Soviética estava pronta neste momento para desferir
seu golpe mortal contra a Romênia.
6. O Golpe militar em Belgrado
O golpe de Estado no início da crise dos Bálcãs a 27 de março 1941, mostra os frutos da diplomacia secreta entre britânicos e soviéticos. Hitler, que já visualizava o jogo duplo dos soviéticos, começou a embaralhar novamente as cartas do Bálcãs. A 28 de novembro de 1940, na ocasião de um encontro com o ministro do exterior da Iugoslávia, Hitler se empenhou para convencer o país a aderir ao pacto tripartite. Isso levou à aprovação pelo Conselho da Coroa, a 18 de março de 1941, do acordo pela adesão ao pacto, o qual foi assinado seis dias depois.
Logo que a Iugoslávia aderiu ao pacto das três potências, a 25 de março de 1941,
o governo de Belgrado foi deposto dois dias depois,
provavelmente por um golpe orquestrado por Moscou.
Stálin, que até então fazia tudo para conseguir o tropeço de Hitler, incumbiu o marechal Schukov a organizar um golpe juntamente com o general iugoslavo Simović, que aconteceu em Belgrado a 27 de março de 1941 e levou à prisão de membros do governo. Churchill, que fora informado previamente por Moscou, se apressou a reconhecer formalmente o novo governo e confirmar a nomeação de Dušan Simović como novo primeiro-ministro. Ficou então claro a todos o jogo conjunto entre britânicos e soviéticos. Tratou-se aqui de uma manobra do Kremlin contra Berlim, que não podia ser classificada como qualquer outra coisa a não se hostil. Foi uma prévia para uma operação pelos flancos da planejada ofensiva soviética contra a Romênia, a primeira ação conjunta entre Londres e Moscou e por isso não tinha até o momento levado Hitler a ordenar o ataque à Iugoslávia e Grécia. Porém, a guerra nos Bálcãs, que iniciou a 6 de abril de 1941 e que Stálin esperava que ocupasse a Wehrmacht até o final do ano, durou apenas 10 dias. O governo iugoslavo optou pela capitulação. [10]
Jovens paraquedistas em treinamento, em uma das muitas associações de paraquedismo.
Stálin promoveu o treinamento de um milhão de paraquedistas.
Além disso, ele ordenou o projeto de um avião (R-5) de dois lugares para o transporte de 16 paraquedistas,
o que faz pouco sentido em uma guerra defensiva. (Da obra Der Eisbrecher, de Vitor Suvorov)
7. Os trilhos duplos de trem dos soviéticos
Walter Post escreveu sobre um desconhecido capítulo para o Ocidente dos preparativos soviéticos de guerra. O Kremlin ordenou que a infraestrutura das ferrovias devessem ser reorganizadas, que de acordo com a necessidade pudesse ser modificada para os padrões europeus. O motivo desta tática é de exclusivo caráter militar, os seja, para a mobilidade no caso de uma guerra ofensiva na Europa. [11]
8. Ponto crucial da formação do Exército Vermelho era a ofensiva
A teoria militar soviética considerava a ofensiva como a principal forma das operações militares. Não as operações de defesa, mas sim aquelas de ataque estavam em destaque nas considerações militares nas academias e escolas de artilharia. E apenas sobre isso conversavam a elite dos generais em suas apresentações. [12]
9. O Exército Vermelho montou postos de comando móveis
De acordo com a doutrina militar ofensiva, montou-se postos de comandos móveis sobre vagões e que deveriam acompanhar as tropas durante os avanços da ofensiva. [13]
10. O papel das tropas de paraquedistas soviéticos
Bem antes dos outros países pensarem a respeito, a União Soviética dispunha de uma tropa de elite de paraquedistas, que se ampliou continuamente. Em 1941, ela possuía 5 corpos de paraquedistas com um total de 16 brigadas, assim como uma reserva de mais de um milhão de paraquedistas treinados. Outros cinco corpos estavam em formação, perfazendo centenas de vezes mais do que o resto do mundo possuía. Não apenas o especialista sabe para que servem tais tropas: somente para o ataque. [14]
Através do desenvolvimento do T-34, o qual com suas esteiras de 60 cm de largura
podia ser empregado tanto em terrenos lamacentos e pântanos, assim como em superfícies com gelo da Rússia,
a situação na frente russa deveria se alterar.
11. Já em 1939, a União Soviética possuía o maior contingente de tanques do mundo
Em 1941, segundo o próprio Stálin, a URSS possuía um total de 62 divisões blindadas e 34 grandes formações mecanizadas com mais de 24.000 tanques, 15 vezes mais do que o resto do mundo. É indiscutível que o taque seja considerado em todos os exércitos do mundo como uma arma clássica de ataque, não sendo esperado que Stálin quisesse empregar seus tanques apenas para a defesa da União Soviética. Eles foram concebidos para o ataque.
12. Como que o Exército Vermelho não possuía qualquer material cartográfico da União Soviética?
Historiadores soviéticos reportam que o Exército Vermelho não possuía no início do conflito em junho de 1941 praticamente nenhum material cartográfico, que poderia ser aproveitado pelas tropas. Simultaneamente, as tropas alemãs encontraram inúmeros vagões de carga na fronteira russa que carregavam milhões de mapas. Infelizmente os soldados soviéticos nada podiam começar com isso, pois elas tratavam-se exclusivamente de mapas da Polônia e Alemanha. Aliás, encontravam-se ali também guias de viagem e dicionários poloneses e alemães, com os quais os soldados vermelhos poderiam ler a sinalização nas estradas ou podiam perguntar a direção. [16]
13. A aviação vermelha era maior do que todas as forças aeronáuticas européias juntas
Isso valia incluindo também aquelas dos EUA e Japão, pois o número de aeronaves soviéticas situava-se além das 23.245 unidades, dentre elas novos e mais modernos modelos. [1]
14. A artilharia soviética também se fazia notar
Ela possuía em 1941, segundo números próprios, mais de 145.000 morteiros e lançadores de granada de todos os calibres e, com isso, estava em muito maior número do que todas as artilharias juntas do resto mundo. [18]
15. Para que servia ao Kremlin a imensa frota de submarinos?
Enquanto a Alemanha dispunha no início da guerra de cerca de 30 submarinos aptos ao alto-mar, e que estavam comprometidos com a guerra naval contra a Grã-Bretanha, os soviéticos dispunham – incluindo os tipos ainda em construção – de mais de 345 submarinos. Não fica muito longe a ideia de que Stálin visualizava bloquear não apenas o Mar Báltico. [15]
16. A defesa do próprio território não entrou em cogitação no Exército Vermelho
Em todo o Exército Vermelho não havia um plano que se relacionava com a defesa do território. Não havia para isso alguma concepção, pois Stálin havia ordenado a estratégia de ataque. Para este propósito havia os conhecidos “pacotes vermelhos”, os quais deveriam ser abertos pelos respectivos comandantes segundo um código. Dentro deles estavam as próximas missões das respectivas tropas em detalhes. “O pior não era o fato que nos faltava um plano de operações. Naturalmente havia planos operacionais, até mesmo muito detalhados… o pior era a impossibilidade de sua execução diante da situação que nos apareceu à porta. [20] A referência faz-se com a situação defensiva que se instalou após o ataque surpresa da Wehrmacht alemã.
Um dos inúmeros submarinos russos deixa sua base.
Stálin precisou mais de 300 submarinos apenas para proteger dos alemães
o fornecimento de produtos provenientes da Grã-Bretanha e dos EUA?
Certamente não.
17. O que aconteceu com a Linha Stálin?
Esta linha foi um sólido sistema de apoio que se estendia do Báltico até o Mar Negro. Sua execução iniciou-se nos anos 20. Desde 1939, todavia, a fronteira ocidental da União Soviética se alterou cerca de 300 km para oeste, provocando o amplo desarmamento da Linha Stálin. Ela foi transferida para a nova linha fronteiriça? Em parte, mas sem pressa. Schukov reconheceu que os alemães pensavam que enquanto a nova linha estivesse em construção, o Exército Vermelho não estava pronto para a guerra. A construção foi consequentemente observada pelos oficiais alemães. De forma semelhante também se comportou Schukov em 1939, em Chalkin-Gol, diante dos japoneses. Estes últimos também assumiram que enquanto as defesas fronteiriças estivessem sendo fortificadas, o Exército Vermelho não estava preparado para a guerra. Mas de repente Schukov atacou e destruiu todo o exército de Kwan Tung. [21]
Um dos poucos pontos fortificados que restaram da Linha Stálin,
que logo no início da Operação Barbarossa foi destruída.
18. Por que o ataque alemão a 22 de junho de 1941 aconteceu facilmente?
Importantes cabeças de ponte, entroncamentos e obstáculos naturais foram em 1941 raramente defendidos pelos soviéticos. Como isso foi possível? O general K. A. Merezkov, o novo chefe do Estado Maior, ordenou sob instruções de Stálin:
– que as linhas de segurança a oeste deveriam ser desativadas, as minas e explosivos desarmados, obstáculos removidos
– O principal das forças do Exército Vermelho deveria ser deslocado para a fronteira, as reservas deveriam se aproximar
– Dever-se-ia começar a construção dos aeroportos e ampliar a malha viária a oeste
Como devemos entender isso? Bem, Stálin havia ordenado o Exército Vermelho a se preparar para um ataque. O avanço deveria se desenvolver rapidamente. Para isso não poderia haver qualquer obstáculo no próprio território. Portanto, eles foram desmontados, dentro do planejado: minas removidas, trincheiras preenchidas, obstáculos removidos. O risco de se expor ao ataque inimigo foi considerado. A Wehrmacht ficou agradecida aos soviéticos a 22 de junho de 1941. Foi assim que o grupo norte do exército alemão alcançou dentro de poucos dias Dünaburg e o grupo central o rápido avanço até Minsk. Somente ao sul, onde o general Kirpov demorou para executar a ordem, ofereceu certa dificuldade ao avanço alemão. [2]
Após a batalha de Moscou, o movimento dos partisanos ganhou muita força e importância.
Em 1942, os guerrilheiros controlavam regiões inteiras.
19. Por que Stálin dissolveu as organizações de partisanos?
A União Soviética dispunha nos anos 20 de uma organização de partisanos bem estruturada. Em todos os pontos militares a oeste havia repartições de partisanos, cujo efetivo poderia ser aumentado a níveis bélicos. Na época contava-se com a possibilidade de defender o país. Ao final dos anos 30, aconteceu a mudança de estratégia, Stálin ordenou que o Exército Vermelho trocasse da defesa para o ataque. Por isso a organização de partisanos foi dissolvida com um golpe de caneta. Ela não era mais necessária. Seus grupos organizados pela NKWD (polícia política) foram deslocadas agora para as fronteiras. Sua missão foi antecipar às investidas do Exército Vermelho, eliminando postos fronteiriços do inimigo e linhas de comunicação, tomar de assalto pontes, cruzamentos viários e ferroviários e limpar os territórios ocupados dos – inimigos do Estado. Foi assim que nos países bálticos, na Polônia Oriental, na Bukowina e na Bessarábia, assim como no verão de 1944 na Prússia Oriental e Ocidental, Pomerânia e Silésia, onde junto com centenas de milhares de assassinatos, mais de 500.000 alemães foram removidos. Somente a 3 de julho, quando Stálin anunciou a guerra do povo, o exército de partisanos foi formado novamente e alcançou em 1945, segundo informações soviéticas, uma força de mais de dois milhões de homens. [23]
20. Stálin formou o exército soviético do nada
A história contemporânea não se cansa de nos contar que a União Soviética estaria despreparada e somente por causa do ataque alemão foi impelida à guerra. Na verdade, Stálin formou um enorme exército do nada, algo como o mundo jamais havia assistido. De Viktor Suvorov, o conhecido historiador militar russo, sabemos o que aconteceu na Rússia soviética no período anterior a 22 de junho de 1941. A estrutura de comando do Exército Vermelho, nos tempos de paz, concentrava-se nos Comissariados Populares da Defesa, que juntamente com o Estado-maior e os departamentos ministeriais, tinham como subordinados os distritos militares, dentro dos quais se encontravam as guarnições do Exército Vermelho. Eles dispunham de corpo de exército, cujas divisões das respectivas tropas estavam subordinadas.
Na parte européia do país, havia cinco esferas militares, as quais em caso de guerra seriam transformadas em exércitos, e cujas tropas formavam a oeste a primeira formação estratégica. Em tempo de paz, além disso, não havia exército, pois, assim descreve Sovorov, “Exércitos são organizações enormes, para que possam ser mantidas em tempos de paz”, [24] por isso a formação de exércitos revelava um claro sinal de que o Kremlin objetivava algo: “Em 1939 a União Soviética iniciou a formação de exércitos na parte europeia do país.” [23] De fato, a diplomacia soviética firmou acordos com Berlim, Varsóvia e Helsinque “para manutenção da paz, mas exércitos apareceram secretamente na fronteira ocidental, de repente e em série: o 3º e 4º Exércitos na Bielorrússia, o 5º e 6º na Ucrânia, o 7º, 8º e 9º Exércitos na fronteira da Finlândia… e entrementes adiciona-se ainda: o 1º e o 11º na Bielorrússia, o 12º Exército na Ucrânia… Cada um desses exércitos está pronto para ação logo após sua formação: todos os sete na fronteira polonesa ‘libertaram’ a Polônia, e os três exércitos na fronteira finlandesa ‘ajudaram o povo finlandês a se libertarem do jugo dos opressores’. Aliás, três exércitos não são aqui suficientes, por isso formaram os novos exércitos: o 13º, 14º e 15º.”
Após o término dos conflitos na Finlândia, nenhum exército foi dissolvido, embora reinava paz com Berlim e existia um tratado de paz. Ao invés disso, juntaram-se os 16º e o 17º Exércitos que haviam sido formados na região de Krai de Zabaykalsky (Transbaikalien em alemão). Com a formação do 17º, o fio arrebentou: “Agora havia exércitos em um número que nunca havia sido criado anteriormente, mesmo na guerra civil, quer dizer, sob as condições de uma mobilização total de toda a população, sob completa exaustão do potencial soviético, sob ação de todas as forças físicas e espirituais da sociedade. A União Soviética ultrapassou com isso a zona crítica do poderio militar.” [26] Ainda assim o governo soviético tomou a decisão no verão de 1940 de formar ainda mais 11 exércitos. A 13 de junho de 1941 apareceram os 18º, 19º, 20º, 21º, 22º, 23º, 24º, 25º, 26º, 27º e o 28º, cuja formação estava concluída na primeira metade de 1941. Simultaneamente, o 9º é retirado da Finlândia e aparece diante da fronteira romena, em direção a Ploesti. Este exército, que ameaça o fornecimento de petróleo da Alemanha, representava, segundo Suvorov, um super exército, com 14 divisões de tropas especiais e 6 divisões blindadas com 3.341 veículos motorizados, dentre eles os modernos T-34 e KW 1, superando com isso o número de todos os tanques das forças orientais alemãs. [27]
21. Por último e não menos confiáveis indícios, os interrogatórios dos principais generais alemães em Nuremberg
Extrato do interrogatório do general Franz Halder diante da 1ª Comissão do Tribunal Militar IV, a 9 de setembro de 1948 (F representa a pessoa do defensor segundo modelo de interrogatório norte-americano):
F: Qual era a dimensão desta ofensiva soviética… do ponto de vista militar?
Halder (H): Analisando do ponto de vista estritamente numérico e militar, não pode haver dúvida da ameaça desta disposição de tropas russas junto a nossas fronteiras.
F: Os russos poderiam atacar a qualquer momento?
H: Sim.
F: Posso então assumir que você pessoalmente também considerava esta movimentação como ofensiva?
H: Eu expus a relação de forças. Representava continuamente uma latente ameaça.
F: Como era esta ameaça russa em maio?
H: O número de formações conhecidas… encontravam-se já formadas ou quase formadas junto a nossa fronteira oriental, e de forma muito próxima…
F: E sobre o caráter desta disposição, era uma movimentação defensiva ou ofensiva? (ambos se encontravam debruçados diante de um mapa da movimentação russa antes de 22 de maio de 1945).
H: Eu acredito que nenhum soldado possa caracterizar esta movimentação como defensiva, diante de sua disposição. Talvez eu possa justificar brevemente: a linha demarcatória teuto-russa apresentava certos apêndices de território russo para dentro do território do Reich, a exemplo de Bialystok, Lemberg – algo bastante característico; havia também outros pontos. O rascunho mostra uma forte concentração de forças russas nestes apêndices em direção ao ocidente. Nenhuma tropa voltada à defesa iria se concentrar nestas áreas que adentravam território inimigo, pois o perigo era enorme delas serem facilmente cortadas e isoladas. Eu gostaria de lembrar aqui, que a concepção de liderança russa , que conhecemos das diretrizes russas, coincidem com as alemãs. Além disso é característico, que justamente nesses apêndices voltados ao ocidente se concentrava o grosso da cavalaria russa. Isso só pode ser explicado quando há intenção de usar estes locais como ponta de lança para uma invasão do ocidente, colocando de imediato a cavalaria em movimento. Em caso de defesa, ninguém colocaria os grupos de cavalaria nestas disposições avançadas. Na defesa, as companhias móveis são colocadas um pouco mais para a retaguarda, podendo assim prestar pronto socorro em locais de crise ao longo da linha.. (neste questionável período, o grosso da cavalaria alemã não era ainda reconhecida como companhias de blindados).
F: Me permita perguntar mais uma vez: não teria sido talvez possível, que a movimentação dos russos não se tratava de um ataque, mas sim de um movimento defensivo?
H: Eu acredito ter discorrido que a movimentação russa, caso tivesse sido concebida para a defesa, deveria ter sido dividida de forma bastante distinta…
As declarações do general Halder coincidem com aquelas do general de campo Von Rundstedt, dos generais Jodl e Hoth assim como do general Warlimont. Extrato dos arquivos do Tribunal Militar de Nuremberg IV [28]
Andreas Naumann
Der grosse Wendig – Vol. 3
[1] Sally W. STOKCKER, »Tönerner Koloß ohne Kopf; Stalinismus und Rote Armee«, em: Bianka PIETROW-ENNKER (Ed.), Präventivkrieg? Der deutsche Angriff auf die Sowjetunion, Fischer, Frankfurt/M. 2000; ainda Juri GORKOW, »22. Juni 1941: Verteidigung oder Angriff? Recherchen aus russischen Zentralarchiven«; assim como outros artigos de Jürgen FÖRSTER, Lew A. BESYMENSKI, Bernd BONWEISCH e Benno ENNKER.
[2] Viktor SUWOROW, Der Eisbrecher. Hitler in Stalins Kalkül, Klett-Cotta, Stuttgart 31989, pág. 422; ders., Stalins verhinderter Erstschlag. Hitler erstickt die Weltrevolution, Pour le Mérite, Selent 2000, pág. 211.
[3] SUWOROW, Der Eisbrecher, ebenda, pág. 63 ff.; Nikita CHRUSCHTSCHOW, Erinnerungen, Bd. 2, New York 1981, pág. 69.
[4] Diversas vezes publicado, entre outras, na obra de David IRVING, Hitlers Krieg, pág. 293; Joachim
HOFFMANN, Stalins Vernichtungskrieg, Verlag für Wehrwissenschaften, München 1995, pág. 28 ff.; Viktor SUWOROW, Stalins verhinderter Erstschlag, aaO. (Anm. 2), pág. 325 ; assim como em arquivos militares da Wehrmacht no Departamento de História Militar, Potsdam.
[5] HOFFMANN, ebenda, pág. 27.
[6] Werner MASER, Der Wortbruch. Hitler, Stalin und der Zweite Weltkrieg, Olzog, München 1994. Näheres dazu bei Andreas NAUMANN, Das Reich im Kreuzfeuer der Weltmächte, Stationen der Einkreisung, Grabert, Tübingen 2006, pág. 309 ff.; ebenso in: ders., Ereispruch für die Deutsche Wehrmacht. >Unternehmen Barbarossa< erneutauf dem Prüfstand, Grabert, Tübingen 2005, pág. 170 ff.; Viktor SUWOROW, Marschall Schukow, Pour le Mérite, Selent 2002, pág. 73 ff.; Viktor SUWOROW, Erstschlag, aaO. (Anm. 2), Anhang 1, pág. 315 ff.
[7] Walter POST, >Unternehmen Barbarossa<— deutsche undsonjetische Angriffspläne 1940/
41, Mittler u. Sohn, Hamburg 1996, pág 151 ; siehe auch: LANGER und S. E. GLEASON, The Challange to Isolation, New York 1952, pág. 639 f.; Ernst TOPITSCH, Stalins Krieg, Busse-Seewald, Herford 1990, pág. 146 ff.; NAUMANN, aaO. (Anm.6), pág. 227 ff.
[8] Walter POST, ebenda, pág. 146 ff.
[9] Akten zur deutschen Außenpolitik (ADA?) DX, Nr. 20; Viktor SUWOROW, Marschall Schukow, aaO. (Anm. 6), pág. 53 ff.; NAUMANN, Freisprach, aaO. (Anm. 6), pág. 224.
[10] POST, aaO. (Anm. 7), pág. 187 e 363 (Vernehmung von Reichsmarsch all Hermann
GÖRINc, in Nürnberg); Winston CHURCHILL, Der Zweite Weltkrieg, Bd. I I I , 1, pág. 46 f.
[11] 11 NAUMANN, Freispruch, aaO. (Anm. 6), pág. 241; POST, ebenda, pág. 3 6 6 ff.
[12] M. TUCHATSCHEWSKI, Die Rote Armee und die Miliz, Frankes, Leipzig 1921, pág.5; S. I. GUSJEW, Der Bürgerkrieg und die Rote Armee, Moskau 1925 , pág. 129; M. W FRUNSE, Die einheitliche Militärdoktrin und die Rote Armee, Berlin 1956, pág. 154; HOFFMANN, aaO. (Anm.4), pág. 18 ff.; NAUMANN, Freispruch, ebenda, pág. 202.
[13] NAUMANN, Freispruch, ebenda, pág. 244 ; SUWOROW, Marschall Schukow, aaO. (Anm. 6), pág. 142.
[14] SUWOROW, Eisbrecher, aaO. (Anm. 2), pág. 129 ; NAUMANN, Freispruch, ebenda, pág. 231.
[15] HOLTMANN, a a O . (Anm. 4), pág. 22 ff.
[16] Freispruch, aaO. (Anm. 6), pág. 234; SUWOROW, Stalins verhinderter Erstschlag, aaO. (Anm. 4), pág. 204 f. u. 215 f.; POST, aaO. (Anm. 7), pág. 365, Vernehmung von Generalfcldmarschali VON RUNDSTEDT in Nürnberg.
[17] HOFFMANN, a a O . (Anm. 4), pág. 23.
[18] Ebenda, pág. 21.
[19] NAUMANN, Freispruch, aaO. (Anm. 6), pág. 251 ff.
[20] Ebenda, pág. 20; SUWOROW, Stalins verhinderter Erstschlag, aaO. (Anm. 4), pág. 144 e 148 ff.; SUWOROW, Eisbrecher, aaO. (Anm. 2), pág. 409, 419 ff., 422 e 425 ff.
[21] NAUMANN, ebenda, pág. 208.
[22] NAUMANN, ebenda, pág. 205.
[23] NAUMANN, ebenda, pág. 229; SUWOROW, Eisbrecher, aaO. (Anm. 2), pág. 121 ff.
[24] SUWOROW, ebenda, pág. 161.
[25] Ebenda, pág. 162.
[26] SUWOROW, ebenda, pág. 165.
[27] Ebenda, pág. 180.
[28] Nürnberg-Akten, Fall 11,8. 20526 ff„ zitiert bei POST, aaO. (Anm. 7), pág. 354 ff.
Eu me lembro de ter lido alguns anos atrás uma teoria de que as verdadeiras intenções de Joseph Stalin por trás dos chamados expurgos judeus durante o seu reinado foram para ajudar os sionistas a colonizar a Palestina…
“É certo que Estaline foi um “psicopata paranoico”, mas foi o “psicopata paranoico” que dizimou os agentes dos supremacistas judeus que estavam instalados no aparelho de Estado Soviético.”
Resposta: Errado. É verdade que muitos judeus foram expurgados por Stalin, mas também é verdade que, em grande parte dos casos, o espaço deixado por esses judeus fora ocupado por outros judeus. Há neste mesmo site um artigo desmentindo o mito do antijudaísmo de Stalin: https://inacreditavel.com.br/wp/quando-os-bons-se-tornam-maus/
Ainda que em número menor do que acontecera durante o 1º governo soviéticos, os judeus continuaram a ocupar posições-chave no aparelhato soviético durante todo o período estalinista. Somente em 1953, o carniceiro georgiano voltou-se contra os eleitos. Morreu muito misteriosamente no mesmo ano.
“Hitler que odiava visceralmente não apenas as elites judaicas, mas todos os judeus, foi ele próprio obrigado a mamar da teta judaica, de forma a conseguir consolidar o seu poder e preparar a Alemanha para a guerra.”
Resposta: O mito do financiamento de Hitler por parte das altas finanças internacionais já fora implodido à exaustão nesse espaço, como através do abrangente estudo do historiador Rainer F. Schmidt: “There can not be any doubt that big industry did not contributed to Hitler’s rise to power. After the November election in (1932) Hitler’s contact to big industry, Wilhelm Keppler, travelled through the industrial area of Rhein and Ruhr to get signatures from the industries that supported Hitler. The result was deceptive. Of the nineteen signatures very few came from big industry.” e “The finance help from members as gifts and local party-groups collection brought 3 million Marks for August 1930 . Product sales for the following quarter year brought.3 million Marks. With this money NSDAP started the campaign for the September 1930 election, an election that gave them the largest win any political group in Germany have had since 1870.” https://archive.fo/zP7m3#selection-313.0-313.356
“Estou em crer que os supremacistas judeus julgavam que poderiam através desta sua colaboração com a Alemanha Nazi, provocar de seguida uma guerra com a URSS que derrubasse Estaline…”
Resposta: Aqui começo a inferir que o comentarista acima talvez habite em uma realidade paralela, pois o que ocorreu de fato foi exatamente o oposto. Os plutocratas ocidentais se aliaram a Stalin para destruir a Alemanha, não o contrário. É sabido que Reino Unido e a URSS negociavam uma aliança para uma guerra em várias frentes contra a Alemanha desde abril de 1939, como demonstrado no livro “Finland in the Eye of the Storm”, do historiador finlandês Erkki Hautamäki. Talvez o caro incauto, que afirmou as sandices acima, nos possa explicar por que Inglaterra e a França declararam guerra a Hitler sob o pretexto roto de defender a Polônia, mas quando Stalin invadiu o mesmo país alguns dias depois, as potências ocidentais NÃO lhe declararam guerra.
A Inglaterra poderia ter-se aliado à Alemanha para destruir a União Soviética caso assim desejasse. Propostas de Hitler nesse sentido não foram poucas.
As altas finanças não tentaram “afastar Stalin”; elas salvaram o mesmo. A URSS jamais teria resistido ao avanço alemão sem os vultuosos fornecimentos de suprimentos dos capitalistas ocidentais através do Land Lease. E ao final da guerra, Stalin não apenas mantinha-se no poder graças ao suporte de seus aliados capitalistas, como Churchill e Roosevelt também permitiram, sem protestos, que o filossemita da Geórgia ocupasse a Polônia, Hungria, Romênia, Bulgária, Checoslováquia, países bálticos, e parte da Alemanha.
O Mito do Anti-Semitismo de Stalin
“O Judeus foram totalmente proeminentes no círculo [de Stalin], embora bem menos do que foram sob Lenin. [Max] Litvinov permaneceu por mais de uma década na chefia do serviço diplomático Soviético; Kagonovich esteve até o final o faz-tudo de Stalin; Mekhlis foi o Comissário chefe político do exército; e Zaslavsky e Ehrenburg foram os mais populares dos bajuladores de Stalin. Todavia, ele não era contrário em se aproveitar das emoções anti-Judaicas quando isso satisfazia sua conveniência. Durante a luta contra as oposições no interior do partido, seus agentes tornaram a circunstância principal que Trotsky, Zinoviev, Kamenev, e Radek eram de origem Judaica.” [DEUTSCHER, p. 605]
“Lev Mekhlis,” registra Louis Rapoport, “se tornaria secretário de Stalin e um dos mais desprezados homens na história Soviética … Imediatamente depois da Revolução, muitos Judeus ficaram eufóricos sobre sua super-representação no novo governo. O primeiro Politburo de Lenin foi dominado por homens de origens Judaicas … Sob Lenin, os Judeus se tornaram envolvidos em todos os aspectos da Revolução, incluindo seu trabalho mais sujo. Apesar da promessa dos comunistas de erradicar o anti-Semitismo, ele se disseminou rapidamente depois da Revolução – parcialmente por causa da proeminência de tantos Judeus na administração Soviética, assim como na traumática e desumana sovietização que se seguiu.” [RAPOPORT, L., 1990, p. 30]
O jornal principal comunista da União Soviética foi o Pravda. Seus “membros de equipe principais”, Yakov Khavinson e David Zaslavsky, eram Judeus, como eram os embaixadores da União Soviética nos EUA, Maxim Litvinov e Ivan Maisky, que foram trazidos de volta em 1943. [VAKSBERG, p. 260, 139]
Em 1994, o autor nascido na Rússia (e educado) Judeu Arkady Vaksberg escreveu um livro intitulado Stalin Contra os Judeus. Sua tese fundamental é que Stalin foi um fanático anti-Semita (o livro Guerra de Stalin Contra os Judeus de Louis Rapoport reflete o mesmo tema). O fato que muitos Judeus (incluindo milhões de outros) morreram sob sua direção é além de questão. E as ações de Stalin na sua vida mais tardia reflete suas suspeitas da lealdade de muitos na comunidade Judaica. Mas o fato que Stalin, apesar de tudo, esteve cercado por Judeus de todos os lugares em posições de alto poder (Lazar Kaganovich, Pyatnitsky, Fillip Goloschekin “e muitos outros que foram feitos parte do círculo governante”) [VAKSBERG, p. 20] é descrito por Vaksberg como camuflagem para o ódio a Judeus do líder Soviético. [VAKSBERG, p. 27] Todavia, a particular evidência de Vaksberg de retratar a comunidade Russa Judaica como somente vítimas consistentemente se esvazia com a premissa da resistência de Stalin ao anti-Semitismo. Vaksberg ataca Stalin como um singularmente rábido, irracional inimigo dos Judeus apesar de expressar que “o povo que cercava Stalin e que prestava-lhe serviços nos anos vinte e trinta era principalmente de Judeus” [VAKSBERG, p. 35] e reconhecer que os Judeus especialmente íntimos a Stalin como Emelyan Yaroslavky (Mines Gubelman), Moisey Gubelman, Lev Mekhlis (“a mão direita de Stalin”), [VAKSBERG, p. 23] Lazar Kaganovich e Isaac Mintz sobreviveram inteiramente aos declarados expurgos “anti-sionistas” de Stalin.
“Por que mostrei Stalin como um anti-Semita”, Vaksberg pergunta a si mesmo, “tem dois secretários Judeus — Lev Mekhlis e Grigori Kanner?” [VAKSBERG, p. 27] Por que também, nós poderíamos acrescentar em torno dos fatos de Vaksberg diferentes teses, que toda vez que Stalin tirou férias, fez Lazar Kaganovich, um Judeu, tomar a direção do governo? [VAKSBERG, p. 51] E por quê, nós poderíamos acrescentar, se Stalin foi totalmente odioso de Judeus, fez confiar sua vida a um guarda-costas Judeu, Matyas Rakoszy? [VAKSBERG, p. 40] (Um outro guarda-costa Judeu de Stalin, filho de um rabi, e “protetor de Nikita Khruschev” foi Alexander Contract, que começou no NKVD – posteriormente a KGB. Contract até salvou a vida do futuro primeiro ministro de Israel, Menachem Begin). [O’DWYER, T., 7-6-98] E se Stalin foi singularmente enfocado em seu alegado ódeio de Judeus, por quê fez seu “corpo pessoal de médicos” incluindo “Drs. Weisbrod, Moshenberg, e Lev Gigorievich Levin?” [RAPOPORT, L., 1990, p. 37] Até importantes oficiais não-Judeus do Partido Comunista (e camaradas íntimos do círculo social de Stalin), Mikhail Kalinin, Bukharin, Molotov, Voroshilov, Andreyev, Poskrebyshev, e Rykov, todos tiveram esposas Judias. A própria filha de Stalin Svetlana Allilueva teve um romance com o roteirista Judeu Alexei Kapler; ela posteriormente casou-se com Grigory Morozov (Moroz), também Judeu. [VAKSBERG, p. 138; RAPOPORT, L., 1990, p. 208] O fato que Stalin supostamente não aprovou esses homens é rotineiramente explicado pelos estudiosos Judeus como anti-Semitismo. A cunhada de Stalin (futuramente presa) por sua primeira esposa também era Judia. Assim foi uma de suas noras. [RAPAPORT, L., p. 46, 241] [ROTHMAN/LICHTER, 1982, p. 94]
Stalin teve três esposas, todas judias. A primeira foi Ekaterina Svanidze que deu à luz a um único filho, Jacob. Sua segunda esposa foi Kadya Allevijah. Com ele, ela gerou um filho, Vassili, e a uma filha, Svetlana. Sua segunda esposa morreu de circunstâncias misteriosas, ou por suicídio ou morta por Stalin. Sua terceira esposa foi Rosa Kaganovich, a irmã de Lazar Kaganovich, o chefe da indústria soviética. A filha de Stalin (que em 1967 fugiu para os EUA) casou então com o filho de Lazar, Mihail, o sobrinho de sua madrasta. Svetlana Stalin teve um total de quatro fihos, três deles judeus.
O vice-presidente de Stalin, Molotov, também era casado com uma judia, cujo irmão, Sam Karp, dirigia um negócio de exportação em Connecticut. Só para complicar as coisas ainda mais, a filha (meio judia) de Molotov também chamada Svetlana noivou-se com o filho de Stalin Vassili.
Depois da morte de Stalin, seus sucessores mantiveram a tradição. Uma reportagem no Mensageiro da B’nai B’rith relata que: “para mostrar que a Rússia trata bem seus judeus, o premier Nikita Kruschev essa semana observou em uma recepção na embaixada da Polônia que não somente ele mesmo e o presidente soviético Klementi Voroshilov, mas também metade dos membros do Praesidium tinham esposas judaicas. Sr. Kruschev fez sua observação ao embaixador de Israel Joseph Avidar, que estava entre os convidados.” (a esposa de Kruschev já era outra Kaganovitch).
Como os revisionistas explicam a derrota do então poderoso Exército Vermelho na Finlândia?