Os grandes filósofos e estudiosos, desprendidos do atual “politicamente correto”, não tinham problema algum em abordar a saga dos arianos. Somente com o desabrochar da Era da Mentira – a partir do final da Segunda Guerra Mundial – é que o intelecto humano fechou suas portas para esta pilastra-mór da civilização mundial.
“O tema mais profundo e mais elevado que o mundo tem para mostrar”
Escritor Schlegel sobre os arianos
A descoberta dos Vedas pelos filósofos alemães e a pesquisa pelas raízes filológicas dos Indo-Europeus geraram muita excitação na Europa e isso traçou a busca pela origem dos Arianos, especialmente entre escritores alemães.
O primeiro intelectual alemão que se tornou seriamente interessado no Sânscrito foi atraído por um curioso acidente. Um dos trabalhadores da Companhia da Índia Oriental, Alexander Hamilton, foi detido em Paris durante as guerras napoleônicas. Ele usava seu tempo catalogando manuscritos indianos na Biblioteca Nacional e ensinando sânscrito. Um de seus pupilos veio a se tornar um poeta, filósofo e fundador do Romanticismo Alemão – Friedrich von Schlegel.
Antes de seguir rumo ao estudo do Oriente, (ele foi, de fato, educado em Leis) Friedrich Schlegel já era reconhecido como acadêmico de literatura clássica. Ele foi também extremamente interessado nas civilizações clássicas Indianas. Schlegel era convencido de que todas as possessões culturais e religiosas são de origem Indiana e até declarou que as civilizações do Egito Antigo foram o trabalho de missionários Indianos. Ele estava certo que “seja direto ou indiretamente, todas as nações são originárias de colônias Indianas” e que “tudo sem exceção é de origem Indiana”. Sobre Sânscrito ele disse: “Não há língua no mundo, mesmo o grego, que possui a mesma clareza e a precisão filosófica do Sânscrito”.
Em sua volta da França à Alemanha, Schlegel publicou seu maior trabalho “Ensaio sobre a Língua e a Sabedoria dos Indianos”, de 1808, no qual, como filologista, ele gratificou inteiramente a beleza, classe e clareza filosófica do Sânscrito.
Os livros de Schlegel contêm dois temas principais em que ele discute a beleza e classe do Sânscrito e as suas aptidões para expressar idéias filosóficas. Dessa forma, a principal tese era como o Sânscrito dizia às pessoas, lideradas por guerreiros ou monges, deixaram seu lar no Himalaia para criar civilização na Índia, Egito, e na Europa. O impacto dessa migração em massa foi sentido no extremo mais distante; a Escandinávia.
Schlegel tentou estabelecer um contato histórico cultural entre os Indianos e os Escandinavos incluindo que as línguas escandinavas possam ter sido influenciadas pelos Indianos. Ele solucionou essa questão supondo que os antigos Indianos tenham
viajado para o extremo norte como resultado de sua veneração pela montanha sagrada, Meru.
Schlegel se admirou que os habitantes das áreas férteis na Ásia migraram para os climas severos nórdicos da Escandinávia, ele encontrou uma resposta nas lendas Indianas. Eles relacionaram as tradições da milagrosa e sagrada montanha de Meru no extremo Norte, em que os Arianos da Índia acreditavam constituir o centro espiritual do mundo. Assim o povo se direcionou rumo ao norte não pela necessidade, mas pela simples preferência de “alguma idéia sobrenatural de grande honra e esplendor do Norte”. As semelhanças entre a língua, a mitologia, e mesmo nas tradições dos Indianos e dos Nórdicos provam que eles, de fato, formaram-se de uma mesma raça.
Na parte final do livro, intitulado “A nova Antropogênese das dotadas raças brancas Européias”, Schlegel apoiou suas idéias antropológicas sobre hierarquias de uma raça superior, que foi formada no norte da Índia, caminhando do limite do mundo e fundando impérios e civilizações no Ocidente. Nessa visão todas as famosas nações de alto grau de feitos culturais nasceram de um tronco-racial, e suas colônias foram todas resultadas de um povo derivado de uma origem Indiana.
Schlegel fez claramente um conceito étnico igual dos antigos escritores de teoria lingüística, situando que a língua, a raça, e a cultura são correlacionadas e não facetas separadas da condição humana. Ele também apoiou que o sânscrito primeiro foi falado por uma “raça superior” de guerreiros de pele clara no norte da Índia, como mencionam as antigas esculturas Hindus.
Depois de todas essas descobertas, em 1819, Schlegel aplicou o termo “Ariano” para a ainda anônima raça Indic-Nordic que o foram os condutores de cultura para o ocidente. A palavra foi derivada do Heródoto, Arioi (um antigo nome para Medas e Persas) e era usada recentemente por autores franceses e alemães para designar aqueles povos antigos. Ele preferiu essa escolha pela razão que ele associou a raiz Ari com a palavra Alemã Ehre que significa “honra”. Nesse ponto, o termo “Ariano” denota um grupo racial mais elevado, mais puro e mais honrado.
O irmão de Friedrich, Ausgust Wilhelm Von Schlegel, também fez significantes contribuições para as línguas orientais e a literatura escrevendo um livro chamado “Sobre as línguas e sabedoria dos Hindus”. Ele se tornou o primeiro professor de Sânscrito na Universidade de Bonn na Alemanha e publicou o jornal “Indische Bibliotek”(1823-30) e traduções latinas do Bhagavad-Gita e Ramayana. Com seu irmão, August também publicou o Athenaeum, que foi o principal órgão da escola romântica. Ele aderiu a visão do lar comum dos Europeus, Persas e Hindus que estavam em algum lugar no leste do Mar Cáspio. Dali surgiu as futuras migrações hindus para a Índia, atravessando o rio Indo em Attock, e então prosseguindo para o Punjab, a rota idêntica e feita pelas forças de Alexandre o Grande.
No seu artigo “Da Origem dos Hindus” que ele leu para a sociedade real de Literatura, em Londres em 1833, August Schlegel defendeu que as características físicas (artísticas) dos Hindus não mudaram desde os tempos remotos, como demonstrou em suas esculturas e pinturas, que eram cópias exatas dos antigos modelos de arte.
Outro Alemão especialista em Sânscrito, Hem Wilhelm von Humboldt, se tornou colaborador de August Schlegel, cuja edição do Bhagavad-gita direcionou sua atenção para esse estudo.
Em 1884, Humboldt escreveu dizendo para um amigo:
“Esse é talvez o tema mais profundo e mais elevado que o mundo têm para mostrar”.
Traduzido por: NSSP
Informativo NSSP – 06 – Março 2008
esse preconceito contra a história vai matar a civilização
”Dessa forma, a principal tese era como o Sânscrito dizia às pessoas, lideradas por guerreiros ou monges, deixaram seu lar no Himalaia para criar civilização na Índia, Egito, e na Europa.”
Schlegel tentou estabelecer um contato histórico cultural entre os Indianos e os Escandinavos incluindo que as línguas escandinavas possam ter sido influenciadas pelos Indianos.
Schlegel se admirou que os habitantes das áreas férteis na Ásia migraram para os climas severos nórdicos da Escandinávia, ele encontrou uma resposta nas lendas Indianas … Assim o povo se direcionou rumo ao norte não pela necessidade, mas pela simples preferência de “alguma idéia sobrenatural de grande honra e esplendor do Norte”.
… suas colônias foram todas resultadas de um povo derivado de uma origem Indiana.”
É uma tese totalmente furada, o caminho inverso, ou seja, dos arianos penetrando a Índia pelo Punjabi, vindos do norte, é um fato hoje bem estabelecido.
Aliás, a tal “ideia sobrenatural” a respeito do Norte, se explica justamente pela origem boreal dos povos arianos, muito bem explicada e demonstrada na obra clássica de Bal Gangadhar Tilak, O Lar Ártico nas Vedas (https://archive.org/details/in.ernet.dli.2015.217373) .