Capítulo 3.4.5 das Lições sobre o Holocausto. Suportada apenas por testemunhos, a incineração de cadáveres em valas profundas é incompatível com o nível do lençol freático da região de Auschwitz.
P. Então os cadáveres dos gaseamentos em massa talvez nem tenham sido queimados nos crematórios, mas sim ao ar livre.
R. Exatamente esta é a tese de Fritjof Meyer. [218] O problema é, então, como querer explicar o porquê de não se utilizar a capacidade dos crematórios, antes de lançar mão desta alternativa. E no final das contas, incineração a céu aberto não é tão efetiva assim como a cremação em fornos fechados, já em razão da grande perda de energia nas fogueiras ao ar livre, através de irradiação e convecção. [442]
P. Mas você não concluiu antes que não há qualquer vestígio nas fotos aéreas de uma grande incineração a céu aberto?
R. Correto, mas isso vale somente para o período a partir de maio de 1944. Nós não temos qualquer foto aérea dos anos anteriores. Se existissem hipoteticamente tais valas que tenham sido enchidas em 1944…
P. Como as formas retangulares que se pode ver em algumas fotos?
R. … por exemplo. Tais valas de incineração não permitem sua refutação através de fotos aéreas.
P. Eu tenho outra pergunta a esse respeito. Se a região do Campo de Birkenau era pantanosa, como você mencionou anteriormente, pode-se cavar uma vala profunda de alguns metros sem encontrar água do lençol freático?!
R. Esta é uma excelente observação! Dois estudos técnicos independentes comprovaram que o nível do lençol freático em Birkenau e arredores, de 1941 até 1944, situava-se apenas a alguns decímetros da superfície. Valas profundas estariam rapidamente cheias d’água. [443]
Sistema de drenagem em Auschwitz-Birkenau
P. Como se queima cadáveres abaixo d’água?
R. Talvez com magia negra da SS.
P. Isso não é engraçado! Você nega aqui o assassinato em massa e ainda faz piada!
R. Você tem uma melhor explicação?
P. E se fosse assim: o lençol freático foi abaixado com um sistema de drenagem?
R. Em 1944, havia de fato no campo um sistema de drenagem, mas as valas de incineração dos anos 1943/44 situavam-se primeiramente bem fora da área construída e, segundo, o sistema de drenagem só foi construído a partir de 1942. Mas mesmo o sistema de drenagem atuante em 1944 não abaixou o lençol freático do campo em nem ao menos um metro. Com este argumento, você não consegue avançar.
Analisando realisticamente, é possível que tenha havido incineração ao ar livre em Birkenau, no outono de 1942. No verão deste ano, justamente na época em que a epidemia de tifo assolava Birkenau, o velho crematório foi interditado por meses devido a sérias avarias da chaminé. Por isso alguns milhares de cadáveres das vítimas foram provavelmente – devido ao lençol freático elevado – enterrados em valas rasas. As formas retangulares por nós visualizadas nas fotos aéreas representam provavelmente de tais valas. Parece ser plausível que estas vítimas da epidemia de tifo foram exumadas posteriormente, após semanas ou meses, para se evitar a contaminação do lençol freático. Como não havia um crematório em Birkenau naquela época e o velho crematório do Stammlager estava avariado, deve ter sido usado tal método de incineração ao ar livre. É conhecido um documento de 17/09/1942, onde o arquiteto Walter Dejaco, que planejou na época o crematório de Birkenau, [444] relatou sobre a “Visitação das instalações especiais e reunião com o oficial SS Blobel sobre a execução de tal instalação”. Esta “instalação especial” se trata provavelmente de uma construção para incineração de cadáveres a céu aberto. Dejaco também mencionou o fornecimento de um “moinho de esfera para substâncias”, o que se trata talvez de um aparelho para moer os restos da incineração. [445]
Segundo a obra Kalendarium, comumente usada para descrever os acontecimentos no Campo de Auschwitz, e que a respeito do suposto assassinato em massa se apóia exclusivamente em depoimentos de testemunhas, esta cremação aconteceu entre 21 de setembro e final de novembro de 1942. [446]
P. Isso me lembra de partes dos relatos de sobreviventes, que relatam este trabalho horroroso: da escavação de cadáveres em decomposição com o respectivo cheiro, da queima dos cadáveres em fogueiras, e da moagem dos restos de ossos. Paul Blobel é citado sempre neste contexto como especialista para incineração a céu aberto. [447] Segundo isso, você parte do pressuposto que estas histórias são verdadeiras?
R. Eu penso que da forma como foram relatadas, elas têm sem dúvida alguma seu fundo de verdade. Os depoimentos aos quais você se refere, relatam mais sobre a incineração de cadáveres de detentos que pouco antes tinham sido assassinados nas câmaras de gás, e isso é outra história completamente diferente. Em todo caso, as câmaras de gás e os locais de cremação nos chamados barracos (Bunker) deveriam estar funcionando desde o início de 1942, sendo que uma visita técnica no meio de setembro de 42, para saber mais sobre tal instalação, teria sido muito tardia. Em outras palavras: o relato de Dejaco sobre a visitação de instalações para incineração ao ar livre contradiz todas as afirmações sobre cremação ao ar livre anteriores a 17/09/1942.
P. Talvez os cadáveres dos mortos nos barracos tenham sido colocados primeiramente em valas?
R. Isso contradiz os testemunhos, os quais nós abordaremos posteriormente.
R – Germar Rudolf
P – Público
Frases do texto original foram destacadas em negrito pela Equipe do Inacreditável – NR
Quem é Germar Rudolf?