“Mas em nossas experiências, nós conseguimos uma mistura de hidrocarboneto parecida com gás condensado, ou seja, hidrocarboneto leve, algo como gasolina. No laboratório em Washington apareceu gás natural. Em nossas experiências, cujos resultados nós iremos publicar nos próximos meses, apareceram formações bem mais complexas.”
“Em todo cenário, a principal questão deveria ser a proteção ao meio ambiente.”
Como continuação ao meu artigo sobre o resultado de sua pesquisa referente ao aparecimento do petróleo, eu entrevistei o Professor Vladimir Kutcherov para que possamos saber mais a respeito de seu trabalho e sua tese.
Freeman: Muito obrigado Professor Kutcherov por me dar esta oportunidade de entrevistá-lo. Você poderia contar aos meus leitores, qual é vossa motivação e o que o levou a pesquisar a origem do petróleo?
Kutcherov: Eu era estudante da universidade pública russa para petróleo e gás e redigi lá minha primeira dissertação no ano de 1987. Então escrevi minha tese de doutorado em Moscou, em 2005. Eu trabalhei na Universidade Umeå, na Suécia, por alguns anos e sou agora professor no KTH – Royal Institute of Technology, aqui na Suécia. Eu coordeno também o departamento de minha universidade natal para petróleo e gás e sou professor da academia federal para tecnologia de química fina, em Moscou. Esta é minha formação e o que me levou a estudar nos últimos 20 anos as características e mecanismos dos complexos sistemas de hidrocarbonetos. Para mim, a origem do petróleo foi a questão mais interessante já na época da graduação, na Rússia.
Desde o início da última década, eu fui iniciador do projeto “petróleo profundo” e conduzi investigações experimentais sobre esse tema. O objetivo principal é provar se existe a possibilidade de criação de hidrocarboneto sob determinadas condições sobre o manto terrestre, onde temperatura, pressão e conteúdo do manto sejam considerados. E no ano de 2002, após intensas pesquisas, nós publicamos uma série de artigos onde estas questões foram respondidas; … sim, eles são abióticos. É uma realidade que complexas ligações de hidrocarbonetos se formam naturalmente. Estes resultados das pesquisas foram publicados nas academias de ciência nos EUA, na Rússia e na Ucrânia.
Freeman: Eu li os resultados de sua pesquisa que foram publicados em agosto do ano passado. Como foi a reação a eles?
Kutcherov: A visão moderna sobre o conteúdo da parte superior do manto terrestre é a seguinte: não há quase mais dúvidas que a forma mais simples de hidrocarboneto, metano ou CH4, existe no manto, nas profundezas de nosso planeta. E nosso experimento foi muito simples, nós queríamos descobrir se este metano, sob as condições que predominam na parte superior do manto terrestre, a uma profundidade de cerca de 150 km, pode se transformar em hidrocarbonetos pesados.
O que é gás natural? Para responder de forma bem simples, é uma mistura de quatro hidrocarbonetos saturados, metano até 99%, então etano, alguma coisa de propano e butano. Nós enclausuramos o metano em uma câmara de pressão e reproduzimos as condições idênticas àquelas da parte superior do manto. A temperatura esteve entre 1.000 e 2.000 K (K é o símbolo da unidade de temperatura denominada “kelvin”. 273K = 0ºC – NR) e pressão entre 20.000 e 70.000 atmosferas. Estas são as condições existentes a uma profundidade de 150 km.
Nós fizemos esta experiência com meus doutorandos, Anton Kolesnikov e um dos principais pesquisadores do instituto de geofísica na universidade de Carnegie em Washington DC, Alexander Goncharov. E nosso resultado foi: sim, metano pode ser transformado em hidrocarbonetos pesados. Nós encontramos uma mistura de composição semelhante ao gás natural, que se encontra por toda parte em nosso planeta. Definitivamente, não há mais dúvidas que podemos transformar, sob certas condições, metano em gás natural.
Freeman: E podemos transformá-lo também em petróleo?
Kutcherov: Algumas considerações sobre o petróleo. Com petróleo queremos dizer todas as formas de hidrocarbonetos, do gás até matéria sólida, de gás natural até piche, que se originam das rochas.
(Nota: a palavra petroleum vem do grego e significa óleo de pedra. Pétra = pedra, rocha e oleum = óleo. Palavras têm significados. Os gregos já sabiam de onde ele vinha?)
Petróleo é uma caracterização genérica. Se você me questiona sobre o petróleo bruto como é extraído, por exemplo, na Arábia Saudita, então minha resposta será, não, ainda não. Mas em nossas experiências, nós conseguimos uma mistura de hidrocarboneto parecida com gás condensado, ou seja, hidrocarboneto leve, algo como gasolina. No laboratório em Washington apareceu gás natural. Em nossas experiências, cujos resultados nós iremos publicar nos próximos meses, apareceram formações bem mais complexas. Nada de petróleo bruto, pelo menos ainda não!
Freeman: Essa é uma afirmação bastante revolucionária. Com isso você diria ser possível que todo o petróleo do planeta seja originário de um processo químico abiótico? Ou você diz que o petróleo é originário de ambos, de um processo abiótico e de um processo biótico através dos fósseis?
Kutcherov: Essa é a pergunta padrão. Eu não sou geólogo, mas sim um físico experimental. Eu confio somente nas experiências. Nós confirmamos simplesmente que produtos complexos do petroleum podem se originar sob condições especiais como aquelas que existem na parte superior do manto terrestre. Nunca existiu um experimento que provasse a origem de toda a cadeia de petróleo ou gás natural através de fósseis. Houve apenas estágios intermediários, que foram imitados. Mas ninguém no mundo publicou uma pesquisa que confirmasse todo processo, dos fósseis até o petróleo bruto.
Freeman: Isso nunca foi provado?
Kutcherov: Nunca foi através de um experimento!
Freeman: Isso é interessante. Então toda a opinião acadêmica atual sobre a origem do petróleo se baseia somente numa afirmação?
Kutcherov: Alguns estágios intermediários foram modelados, mas todo o processo, dos plânctons até o petróleo bruto, nunca.
Freeman: Um dos argumentos para a origem abiótica do petróleo é que ele se encontra a uma profundidade muito grande, até 13 km. Isso é um argumento contra o combustível fóssil?
Kutcherov: O que nós dizemos é que diferentes produtos do petróleo podem aparecer a uma profundidade de 40, 50 ou 70 km. O que concerne à descoberta, a última descoberta de petróleo pela BP foi feita no Golfo do México. Eles perfuraram um poço bastante, muito profundo, até 10,5 km e encontraram lá depósitos de petróleo. Eu gostaria de lembrar que a teoria do aparecimento de petróleo biótico permite uma profundidade de 5, ou digamos 7 km. Porém, nós temos aqui 10,5 km. Como petróleo pode ser encontrado à profundidade de 10,5 km, isso ninguém pôde explicar ainda. Mas se nós supusermos que o petróleo provém de grandes profundidades, então tudo torna-se claro.
Freeman: Como petróleo é mais leve que as rochas de seu entorno, ele se move para cima e não afunda.
Kutcherov: Totalmente correto. Eu não digo que a teoria biótica seja totalmente falsa. O que eu digo é que permitam que façamos experiências. Deixem-nos entender todo o mecanismo, compreender todo o processo de formação do processo. Nós queremos apenas encontrar a verdade.
Freeman: Naturalmente, essa é a verdadeira razão de ser da ciência e não se prender a afirmações que não foram comprovadas.
Kutcherov: Sim, exato, não se trata de especulação, mas sim de pura experiência. Isto é o início e aqui o resultado. Então qualquer um pode tirar suas conclusões. Em todo caso, nós podemos comprovar que a produção de hidrocarbonetos a grandes profundidades é possível.
Freeman: É correto que alguns poços de petróleo da Rússia se encheram novamente?
Kutcherov: Claro que sim, e não apenas alguns. As últimas investigações no campo petrolífero de Romashkino, um dos maiores da parte européia da Rússia, mostram que se preencheram de novo com petróleo. E existe somente uma fonte para isso, a uma grande profundidade. Não é possível explicar este fato com a chamada “migração horizontal”. Também não existe uma fonte orgânica para isso. Não há como duvidar, vem petróleo novo no campo petrolífero de Romashkino e ele provém das profundezas.
(Nota: o campo petrolífero de Romashkino na República de Tatarstan começou a funcionar em 1948 e já deveria ter-se extinguido há muito tempo, mas ele continua ainda extraindo petróleo.)
Nós não podemos ainda dizer de qual profundidade ele vem, todavia ainda não, mas sem dúvida alguma, trata-se de um novo petróleo profundo.
Freeman: Quer dizer, se alcançarmos a equivalência entre extração e preenchimento, ou seja, a extração se reduzisse a um nível compatível com o preenchimento natural, então um campo petrolífero nunca se extinguiria?
Kutcherov: essa é uma excelente pergunta. Nossos experimentos mostram que todos os gigantescos campos petrolíferos têm essa fonte profunda para preenchê-los, e se pudéssemos calcular o quanto de petróleo flui anualmente, nós poderíamos desenvolver uma nova estratégia, como os grandes campos se esgotam. Nós teríamos que extrair a quantidade de petróleo equivalente àquela que flui para o campo. Neste caso não seria necessário o auxílio de injeção de água. Nós poderíamos utilizar os campos petrolíferos por toda eternidade, pelo menos algumas centenas de milhares de anos.
Freeman: Uau, esse é um aspecto muito interessante.
Kutcherov: Sim e toda extração do petróleo deve ser repensada devido a esta longa vida útil. Nós necessitamos tubos de aço nos buracos de prospecção que durem centenas de anos e não 40 como agora. Nós necessitamos equipamentos totalmente novos, os quais permaneçam em funcionamento por longo período. Nós não precisamos apenas repensar a estratégia de extração do petróleo dos campos, mas desenvolver toda a vida útil da infra-estrutura. O conjunto de toda a indústria de petróleo e gás natural deve ser iluminada dentro desta perspectiva.
Freeman: Você poderia confirmar que petróleo tem origem principalmente onde existem fendas na Terra? Como a grande fenda africana que vai de Moçambique até Uganda, Sudão, Mar Vermelho, até o Iraque. Ao longo desta linha existe a maior reserva de petróleo do mundo. O petróleo sobe à superfície devido à fenda?
Kutcherov: Petróleo e gás natural, como eu disse, são produzidos em grandes profundidades. Como eles aparecem então próximos à superfície? Somente através de canais de migração, ou seja, estradas que os levam ao topo. Isso está completamente esclarecido. São fendas profundas como você mencionou. Estas fendas profundas e os arredores são as novas regiões onde se deve explorar petróleo. Pois o petróleo vem das profundezas, procura um caminho em direção à superfície através das fendas e se distribui então na largura. Por isso não há necessidade em procurar petróleo por toda parte, mas sim somente no entorno dessas fendas.
Como se encontram estas fendas profundas? Através da refração sísmica profunda, que é bem cara, porém bastante precisa. Mas um outro método consiste em procurar petróleo onde caíram meteoritos, ou seja, em grandes crateras de meteoritos que se formaram há muito tempo atrás. E uma dessas crateras, bem conhecida, é a cratera do lago Siljan, na Suécia.
(Nota: a cratera do lago de Siljan tem um diâmetro de 55 km e a maior estrutura de impacto na Europa.)
Recentemente uma firma particular começou a perfurar na cratera de Siljan e eles encontraram gás natural em pequenas quantidades em centenas de locais. Eles me perguntaram se eu podia atuar como consultor para este projeto. Nós analisamos agora as características destes gases e também das camadas geológicas. Nosso objetivo é encontrar uma grande reserva de gás natural, que possa ser então aproveitada industrialmente.
Freeman: Isso significa que se um grande meteoro atinge a Terra, esse tremendo impacto abre a crosta terrestre?
Kutcherov: Correto. Este meteorito provoca uma fenda profunda e divide através da explosão, até 40 ou 50 km de profundidade. E os hidrocarbonetos, que repousam no manto terrestre, podem subir pela fenda.
(Nota: O golfo do México, que tem uma forma circular, apareceu provavelmente através de um grande impacto de meteorito. Lá é encontrado muito petróleo e gás natural e existe no fundo do mar o chamado asfalto vulcânico e um sem número de hidrato de metano.)
Freeman: Isso significa que existe muito mais petróleo e gás natural do que até então se supunha. Pode-se achar essa fonte de energia praticamente por toda parte, ou não?
Kutcherov: Eu não diria por toda parte, pois fendas profundas são resultados de placas tectônicas e crateras originadas por impactos são apenas uma pequena causa para as fendas. Detalhe é que estas zonas são um bom local para se tentar procurar por petróleo e gás natural.
Freeman: Eu sei que você não quer adentrar numa discussão política, mas sim permanecer nos fatos científicos, mas isso terá enormes conseqüências, no que concerne uma discussão sobre a alegada crise energética, você não acha?
Kutcherov: Sim, isso irá ocorrer. Minha opinião é que não importa qual será a solução final para isso. O caminho mais fácil seria continuar fazendo como tem sido feito até o presente e, digamos, usar o gás natural como principal fornecedor de energia para nosso planeta. O caminho mais difícil é desenvolver uma nova fonte de energia, como moinho de vento ou outro tipo de fusão, hidrelétrica etc. Minha opinião é que a solução com gás natural é a melhor e oferece segurança. Mas não importa como, em todo cenário a principal questão deveria ser a proteção ao meio ambiente.
Um pequeno exemplo: nos EUA temos mais de 600 milhões de veículos em trânsito e queimam petróleo. Isso é loucura. Dois terços do petróleo bruto são utilizados para o transporte. Por que os políticos não interferem e sobretaxam, por exemplo, a utilização do segundo, terceiro ou até do quarto veículo de um único orçamento doméstico? A principal questão que eu quero salientar, independente de qual estratégia seja adotada, como será resolvida a questão da proteção do meio ambiente?
Freeman: Para mim são duas questões separadas, de onde vem o petróleo e qual conseqüência política teremos.
Kutcherov: Isso está totalmente correto. Segundo nossas investigações, nós não precisamos nos preocupar cm a quantidade de hidrocarboneto em nosso planeta, existe suficiente para um milhão de anos e eu logo vou provar isso. A questão, como utilizar esse recurso, é que me preocupa antes de tudo.
Existem informações de geólogos norte-americanos e suas pesquisas, que dizem que a quantidade total de metano como gás, em nosso planeta, é de X milhões de metros cúbicos. É uma quantidade conhecida que se pode obter na internet. Quanto gás natural nós utilizamos por ano? Isso também é conhecido. Quando se divide um valor pelo outro, vê-se que os depósitos são suficientes para milhões de anos.
Freeman: Uau, você quer dizer que o hidrato de metano que está depositado no fundo dos oceanos foi formado do gás metano a alta pressão e baixa temperatura?
Kutcherov: Sim, trata-se justamente disto. No momento nós não sabemos como devemos extraí-lo. Um metro cúbico de hidrato de metano fornece cerca de 170 metros cúbicos de metano. Mas é só uma questão de tempo até que seja desenvolvida uma extração rentável. Em todo caso, é bem simples desenvolver essa tecnologia, como uma completa alternativa ao sistema atual.
Freeman: Se isso se confirma, então desapareceria a necessidade de conduzir guerra por causa do petróleo. É disso que se trata, ou?
Kutcherov: Certo. Existe um livro que meu amigo Bill Engdahl escreveu, sobre a nova ordem mundial dos anglo-americanos. O que está lá é absolutamente correto (Mit der Ölwaffe zur Weltmacht – Chegar a potência mundial com a arma do petróleo).
Freeman: Qual direção você tomará no futuro?
Kutcherov: Eu apresentarei nos próximos meses o cenário do petróleo que espera nosso planeta. Acontece um grande congresso sobre energia na Europa, onde ministros, peritos e jornalistas se encontram e eu fui convidado a discursar. Eu irei apresentar de forma bastante simples o desenvolvimento do petróleo, referente ao consumo de energia em nosso planeta, inclusive a solução da questão ecológica, que deve ser tratada antes de tudo.
Minha opinião é que gás natural e petróleo são a solução para a produção de energia, pelo menos para os próximos séculos. Atualmente, cerca de 61% da energia provêm deles.
Freeman: Existe ainda algo, uma mensagem, que você queira transmitir aos meus leitores? Como eles devem agir, por exemplo?
Kutcherov: Nós vivemos no final do início da era do petróleo. Nós nem atingimos o meio.
Freeman: Quer dizer que ainda não estamos no período do “Peak-Oil”?
Kutcherov: Isso é uma idiotice total.
Freeman: O que você diz, por um lado devemos nos preocupar com o meio ambiente, mas não precisamos nos preocupar com o final do petróleo e do gás natural.
Kutcherov: Sim, nós temos petróleo e gás natural suficientes. Deixe-nos refletir como utilizar corretamente essa matéria-prima, para proveito de toda humanidade, mas ao mesmo tempo precisamos proteger nosso planeta.
Freeman: Muito obrigado pela entrevista.
Alles Schall und Rauch, 31 de janeiro de 2010.
Palestra de William Engdahl sobre o petróleo:
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Qual crise energética?
O que nos é dito pela elite global – existe uma crise energética – não é verdade e outras razões nos são contadas. É somente mais um tema para criar medo, como a morte das florestas, as pandemias virais, o terrorismo e o aquecimento global através do homem. Tudo se resume em negócios, lucro, poder e controle.
Artigo publicado pela primeira vez em nosso portal a 01/02/2010.
Fascinante.
Que matéria interessante, tinha ouvido menções nas esstrevista é concisa. Obrigado!
Um pouco de boa notícia depois de tantas ruins recentemente.
Abraços
Com certeza, isso mexe com o poderio internacional que lucra as nossas custas.
Tratando-se de recurso renovável, mesmo assim é importante investir na qualidade do ar que respiramos.
O desenvolvimento de energias alternativas também é importante.
Que as reservas de petróleo são gigantescas, isto já se sabia há muito tempo, basta ler o livro “A Guerra Secreta pelo Petróleo” publicado em 1936, que por sinal, é uma ótima leitura. Esta nova teoria, descrita por Kutcherov, certamente irá incomodar muita magnata do petróleo.
Parabéns pela matéria!
Hmmmmm! Sei não… Ainda fico com a Lei de Lavoisier.
O que importa mesmo é a disponibilidade de fontes de energia estáveis, renováveis, limpas, de baixo custo e com portabilidade. A grande demanda de energia que atenda a esses requisitos está no transporte e ainda encontra-se no estágio experimental É rara e cara. A princípio toda pesquisa é valida; entretanto, em termos de energia, seria mais racional a busca de fontes alternativas limpas. Vejamos o hidrogás; a quantidade existente dele no mundo é enorme tal qual o metano. Segundo pesquisadores do setor, só no fundo do Golfo do México existem reservas em superfície (sobre o fundo do mar) que dariam para sustentar o mundo por pelo menos duzentos anos. O problema consiste no custo da tecnologia para a extração. Se o que Kutcherov diz é verdade, que as reservas de petróleo podem durar um milhão de anos e que o petróleo “se faz sozinho”, resta-nos perguntar se a atmosfera e os seres que nela vivem, assim como nas águas conseguirão suportar essa carga imensurável de poluentes sem qualquer alteração para pior por tanto tempo. De qualquer modo, o petróleo ainda é uma fonte energética que dá boas respostas à variedade de máquinas a que alimentam e pode-se afirmar que a tecnologia e o custo para sua extração são relativamente baratos em relação às fontes alternativas limpas. Entretanto não se pode depender dele por toda a eternidade. É lucrativo e eficaz, e por isso é também altamente viciante para quem o utiliza. Por isso continuará sendo um fator de extrema cobiça e dominação mundial. Quanto menos se dele depender, mais rapidamente livre a humanidade se tornará em todos os sentidos e o clima agradece.
Abs. a todos.