Os primeiros revisionistas da história contemporânea
R. Para iniciar esta segunda lição, gostaria de mencionar o professor francês de geografia e história, Paul Rassinier, o qual pode ser visto como o pai da historiografia crítica do Holocausto. Rassinier era antes da guerra um assumido comunista, motivo pelo qual ele se juntou à Résistance como guerrilheiro (partisan), após a subjugação da França pela Wehrmacht. Como tal, ele foi preso pelos ocupantes alemães e deportado para o Campo de Concentração de Buchenwald.
P. Eu pensava que a Wehrmacht fuzilava os guerrilheiros ali, na hora?
R. Segundo a conduta de guerra daquela época e que ainda permanece nos dias atuais, o fuzilamento de guerrilheiros era legítimo, mas a Wehrmacht mudou em 1943 sua política a cerca desta questão, pois as tropas alemãs estavam simplesmente se ocupando muito com os guerrilheiros, e porque as execuções em massa dos guerrilheiros colocava de tal forma a população local contra os ocupantes alemães, que os guerrilheiros conquistavam a supremacia moral e encontravam cada vez mais apoio junto à população.[1]
P. O que só pode ser classificado como compreensível.
R. Sim, a luta da população civil contra um tropa de ocupação pode ser ilegal, mas é compreensível moralmente e se cobre de glórias quando o exército de ocupação perde a guerra. Mas seja como for, o fato é que os alemães preferiram colocar Paul Rassinier e outros detentos em importantes fábricas da indústria bélica, ao invés de fuzilá-los. Desta forma, Rassinier foi parar em Buchenwald após umas semanas em quarentena e depois para o Campo de Dora-Mittelbau, onde se encontrava a produção das armas V (Vergeltungswaffen = armas de revide – NR). Ao final da guerra, ele foi transportado juntamente com os outros detentos de um lugar para outro pelos desorientados homens da SS. Rassinier relata sobre o excesso de violência durante o transporte por parte destes enervados SS. Finalmente, Rassinier escapou de seus vigilantes e foi libertado pelas avançadas unidades americanas.[2]
No pós-guerra, Rassinier atuou como representante do socialismo no Parlamento francês.
Como deve ser de conhecimento geral, antigos prisioneiros dos campos de concentração começaram logo após a guerra a publicar artigos e livros sobre suas memórias. Um desses autores de Campos de Concentração foi Eugen Kogon, preso durante a guerra como dissidente político, e foi um antigo contemporâneo de Rassinier no Campo de Concentração de Buchenwald. Quando Rassinier leu o livro de Kogon[3], ele ficou tão chocado com as distorções, exageros e descaradas mentiras que encontrou – principalmente pela omissão quanto à responsabilidade de seus camaradas comunistas por muitas das violências cometidas no campo – que escreveu em seu próprio livro uma crítica à descrição de Kogon.[4]
P. Quer dizer que Kogon usava então seu próprio distorcido filtro político.
R. Na introdução, o próprio Kogon escreveu que ele submeteu seu manuscrito aos antigos líderes dos prisioneiros, “para dissipar qualquer temor que seu relato pudesse servir como uma peça de acusação contra os antigos líderes dos detentos.”
Quando Kogon foi acusado de que seu livro Der SS-Staat (O Estado SS – NR) era um panfleto político, abriu-se um processo de calúnia e difamação onde Kogon acabou perdendo. O tribunal descreveu sua decisão:[5]
“Esta acusação (o livro de Kogon é um panfleto em desagravo à pesquisa histórica) parece que não caiu das nuvens, quando o mandante escreveu uma apreciação sociológica do comportamento das pessoas nos Campos de Concentração sob o aspecto de que elas não deveriam corroborar uma peça de acusação contra os líderes dos prisioneiros do campo.
[…] Se considerar que entre os quinze principais representantes, que aparecem em seu relatório para dissipar o temor de uma peça de acusação, encontravam-se dois soviéticos e oito comunistas, então vem à tona a impressão de que foi omitida as atrocidades cometidas pelos comunistas principalmente deste círculo de conhecidos, […] Estas ponderações devem ficar afastadas de uma pesquisa científica. A ciência pura não pergunta se o resultado é agradável a fulano ou cicrano. Onde perguntas motivacionais determinam o conteúdo, perdeu-se ali a objetividade. Se o acusado como ex-detento exprime sua opinião de que O Estado SS é um panfleto, então ele faz uso de seu direito de liberdade de expressão (art. 5 GG), sem com isso atacar a honra pessoal do mandante […].”
P. Então o livro de Kogon é um álibi para si próprio e seus amigos comunistas, que empurraram toda a culpa aos malvados SS e outros detentos.
R. E justamente este Eugen Kogon dedicou parte de sua vida a um papel-chave na Alemanha a cerca do esclarecimento sobre o “Holocausto”.
Em outras edições assim como em outros livros, sobre uma base cada vez mais sólida, Rassinier se ocupou com as afirmações sobre as atrocidades alemãs durante a Segunda Guerra Mundial e, principalmente, com a questão se naquela época existiu uma política alemã de extermínio sistemático dos judeus europeus.[6]
Quem tiver interesse nessas críticas descrições históricas a cerca do Holocausto, eu recomendo sua leitura. Eu gostaria ao mesmo tempo de avisar que a obra de Rassinier não é isenta de erros. Mas qual obra não é, principalmente ainda quando provem dos pioneiros! Rassinier teve somente um acesso limitado às fontes primárias, o que necessariamente provocou lacunas em seu trabalho. Do ponto de vista atual, portanto, é muito menos interessante o poder de convencimento e exatidão de seus escritos do que o próprio autor: um francês comunista, guerrilheiro e antigo prisioneiro de Campos de Concentração, foi o primeiro que se colocou publicamente contra as mentiras e exageros dentro do contexto do Holocausto.
P. Isso me surpreende. Eu sempre acreditei que os primeiros foram os nazistas ou neonazistas.
R. Isso é bastante difundido, porém, é um falso clichê. Foi uma vítima dos nazistas, um inimigo ideológico mortal dos nazistas, que tentou conceder a honra à verdade.
P. É, não se pode acusá-lo que ele tinha roupa suja para lavar contra alguém.
R. Finalmente não se trata da questão sobre quem trouxe o argumento, enquanto este seja convincente. Mas eu concordo com você que as pessoas estão inclinadas neste assunto a ouvir alguém que estava atrás dos arames farpados, do que aquela que estava com a arma na mão. Embora a gente possa com segurança afirmar que ambos os grupos por motivos opostos podiam ter interesse em omitir certas coisas, exagerar outras ou até inventar algumas. Permaneçamos firmes então na constatação de que o pai da pesquisa crítica sobre o Holocausto era um radical da esquerda, um anti-fascista e prisioneiro de Campos de Concentração.
P. Rassinier teve algum problema devido a suas críticas?
R. Oh sim! Iniciou-se um processo contra ele que no final das contas foi arquivado. Ele foi caluniado publicamente pela imprensa francesa e fora suas obras, raramente teve a oportunidade de se defender. Mas se compararmos com a perseguição contra os vindouros críticos pesquisadores, Rassinier saiu quase que ileso.
R – Germar Rudolf
P – Público
Frases do texto original
foram destacadas em negrito pela Equipe do Inacreditável – NR
Quem é Germar Rudolf?
[1]
Franz W. Seidler, Verbrechen an der Wehrmacht, Pour le Merité, Selent 1998, pág. 127
[2]
Veja a autobiografia de Paul Rassinier, Passage de la Ligne, La Librairie française, Paris 1948
[3]
Eugen Kogon, Der SS-Staat. Das System der deutschen Konzentrationslager, Verlag Karl Albert, Munique
1946.
[4]Paul Rassinier, Le Mensonge d Ulysse, La Librairie française, Paris 1950
[5]Landgerichtr Munique 1, 10. Câmara cível (Az.: 10-0 409/58), Julgamento de 13.12.1958
[6]Paul Rassinier, Was nun Odysseus? K.-H. Priester, Wiesbaden 1960