Um membro do governo inglês acerta com um banqueiro apátrida
a partilha das terras de terceiros. Inacreditável !
O recibo de venda da Palestina
Ao final do Séc. XIX, o judeu Theodoro Herzl (Benjamin Ze ev) mostrou a sua desfaçatez e insolência ao propor a compra da Palestina ao Sultão Abdul Hamid II, do qual teve de ouvir a seguinte resposta:
Os judeus podem poupar os seus milhões porque quando o meu império for desmembrado, provavelmente receberão a Palestina em troca de nada… mas só o nosso cadáver poderá ser esquartejado …
As Memórias do último sultão otomano, anotadas por sua filha, a princesa Aïché Osmanoglou, contam as sinistras atividades dessa espécie de conspiradores que até hoje insistem, cinicamente, que não houve — e que não há — nenhuma conspiração judeo-sionista. Entre os traidores que o rodeavam, Hamid II também denunciou Calouste Gulbenkian, com quem teve contato através do seu dissimulado ministro das finanças, Cavit Bey (David-bey) por ter contribuído para a sua deposição em 1909:
Outras potências menos evidentes tinham engrossado as fileiras dos meus adversários. Herzl? Depois de ter compreendido que jamais obteria de mim a Palestina, tinha-se juntado às forças na sombra para me abaterem. Um dos quatro deputados que vieram anunciar a minha deposição foi Carasso, um judeu muito próximo de Herzl. Aliás, Carasso não se ficou por aí, visto que também é o elo de ligação entre a União e Progresso e a franco-maçonaria, à qual pertence … como você mesmo, meu caro Bey! …
Não é de se estranhar, portanto, que certos políticos e acadêmicos e uns historiadores judeus tivessem falsificado a História e difamado o Sultão Hamid II, a quem chamavam rancorosamente de “Abdul, o Maldito”, cujas virtudes como homem e como estadista estão sendo resgatadas por pesquisadores e historiadores sérios.
Durante a dissolução do Império Otomano, as várias organizações judias procuraram outros meios e outros associados que, ao contrário de Hamid II, fossem complacentes e venais. Adolf Hitler, ainda com dezenove anos de idade, nem de longe podia imaginar os conluios e “acertos” que se formavam e instalavam por toda a Europa e nas Américas… Finalmente, e não por acaso em plena Guerra Mundial, em novembro de 1917, o pau-mandado Balfour assinou esse, dos muitos “papéis”, “contratos” e “acordos” que iriam tumultuar irremediavelmente o Oriente Médio.[1]
O esquisito bilhete, datilografado em papel comum, nem ao menos leva o timbre ou o selo oficial do “Secretário de Assuntos Estrangeiros do Governo de Sua Majestade”; o que demonstra, claramente, o incômodo e o mal-estar das autoridades britânicas ao se envolverem em negócios tão escusos. Repare-se que a mensagem não é dirigida aos bandos de terroristas da “Federação Sionista” mas, significativamente, a um banqueiro internacional.
Evidentemente circulou nessa obscura negociata entre o “governo de Sua Majestade” e o banqueiro Rothschild, cujos descendentes continuam a cavilosa tradição, muito mais aquele ouro judeu recusado por Hamid II, do que a prosaica “simpatia britânica com as aspirações judeo-sionistas”. Trinta anos depois, esses sinistros personagens lograram, no grito, o “registro em cartório” desse conluio vergonhoso.
Eis, em fac-símile, o bilhete datilografado ao qual os judeus logo se apressaram a chamar pomposamente, “Declaração Balfour”:

Prezado Lord Rothschild,
Tenho muito prazer em transmitir-lhe, em nome do Governo de Sua Majestade, a seguinte declaração de simpatia com as aspirações judeo-sionistas que foram apresentadas ao Gabinete e aprovadas por ele:
“O Governo de Sua Majestade vê com simpatia o estabelecimento na Palestina de um lar nacional para o povo judeu e envidará seus melhores esforços para facilitar a conquista desse objetivos, ficando claramente entendido que nada será feito que possa prejudicar os direitos religiosos e civis das comunidades não judaicas existentes na Palestina ou os direitos e condições políticas usufruídas pelos judeus em qualquer outro país.”
Agradeceria que o senhor levasse essa declaração ao conhecimento da Federação Sionista.
Atenciosamente,
Arthur James Balfour
O burlesco dessa história de “terra prometida” é que antes, Javé lhes havia prometido as Terras de Canaã e agora, a Sua Majestade Imperial lhes vende as Terras da Palestina … mas como se pode “prometer” ou “vender” os bens e as terras que pertencem a outros?
Em The question of Palestine (Nova York, Vintage Books, 1980) Edward Said analisa essa estranha “declaração balfour”. Eis um pequeno trecho desse livro:
O que é importante a respeito da declaração é que, em primeiro lugar, durante muito tempo, ela foi a base legal para as reivindicações sionistas em relação à Palestina e, em segundo lugar, e mais importante para os nossos objetivos aqui, que foi uma declaração cuja força só pode ser avaliada quando as realidades demográfica e humana da Palestina ficarem bem claras em nossas mentes. Isto é, a declaração foi feita (a) por um poder europeu, (b) a respeito de um território não-europeu, (c) num claro desrespeito à presença e aos desejos da população nativa residente no território e (d) tomou a forma de uma promessa sobre este mesmo território por um outro grupo estrangeiro, a fim de que esse grupo estrangeiro pudesse, literalmente, fazer desse território uma nação para o povo judeu.
Gandhi, em 1938, repudiou o mandato britânico por considerá-lo ilegal e imoral e, decorrentemente, denunciou como crime contra a humanidade qualquer “acordo” com o fito de despojar o povo palestino da sua terra e pátria ancestral.

No dia 14 de maio de 1948 a Inglaterra retirou-se da Palestina, entregando escandalosamente o seu aparato bélico e o enorme arsenal militar aos terroristas judeus do Haganá, do Irgun e do Stern, cumprindo assim a outra obscura cláusula da sinistra negociata balfour-rothschild: “… envidaremos os melhores esforços …”. Posteriormente, e no decorrer dos anos, o lobby judeu no Congresso americano vem desenvolvendo e aperfeiçoando essa cínica e macabra função de armar e financiar o brutal invasor.
NOTA:
[1] É escandalosamente evidente nessa ladina movimentação judaica que, já desde muito antes de 1917, a escalada da ganância e da brutalidade judeo-sionista sobre a Palestina, não foi, não era, e nem veio a ser decorrente, ou conseqüência, da futura ascensão do nazismo na Alemanha, e muito menos ainda da falácia do alegado “holocausto judeu”, como agora tentam nos impingir.
Fonte: Alfredo Braga