A cidade de Nordhausen foi arrasada pela aviação aliada
Assim como o campo dos prisioneiros de guerra
Os prisioneiros do Campo de Nordhausen foram vítimas de um ataque aéreo anglo-americano. Eles foram enterrados em cova coletiva no atual cemitério de “Ehrenfriedhofs Nordhausen”. A fotografia dos corpos dispostos lado a lado virou produto de marketing da Indústria do Holocausto.
Esclarecimento a cerca daquilo que a mídia nos sugere
A história do Holocausto judeu compreende inúmeras injustiças cometidas contra pessoas inocentes – em muitos casos famílias inteiras – as quais foram submetidas contra sua vontade a trabalhos forçados e/ou expulsas de suas moradias para campos de concentração. Este último aspecto é parte daquilo que recebeu a denominação de solução final da questão judaica na Alemanha.
Na página da Wikipédia em português, o verbete “Holocausto” nos revela a cronologia do evento que é mais comumente aceita por aqueles que se contentam com abordagens superficiais e simplistas. Esta página talvez sofra uma forte moderação por parte da CIA e é em vão qualquer tentativa em corrigir seu conteúdo.
A mídia e suas sugestões…
No alto, à direita, o leitor pode ler que “fileiras de corpos enchem o campo de concentração de Nordhausen”. A tentativa aqui é impressionar os incautos e SUGERIR que os corpos são vítimas de um sistemático assassinato em massa dos judeus europeus, levado a cabo de forma industrial pelo governo alemão, ou seja, um foto bastante representativa do Holocausto.
A foto destes detentos mortos apareceu no artigo da revista “Life”, de 21 de maio de 1945, sob o seguinte contexto: 3.000 trabalhadores forçados do Campo de Concentração em Nordhausen, mortos através da fome, trabalho excessivo e maus tratos.
Vítimas do bombardeio anglo-americano de 3 e 4 de abril de 1945
O campo
Deve-se diferenciar entre Campos de Trabalho e Campos de Concentração, que além dos diferentes aspectos intrínsecos, eles apresentam uma complexa e ramificada competência burocrática. A partir de agosto de 1943, foi instalado no município de Nordhausen, na Turíngia, um Campo para trabalhadores forçados, inicialmente como satélite do Campo de Concentração de Buchenwald.
A partir de 1 de outubro de 1944, devido ao aumento de sua capacidade, ele recebeu o status de Campo autônomo, que quanto às importantes questões organizacionais, estava subordinado à produção de armamentos, sob a batuta do Ministro Speer. Como também pelo menos os outros 11 Campos de Trabalho para a produção de armamentos, ele recebeu o codinome de Mittlewerk-Dora. Destinava-se à produção das armas alemãs de revide Fieseler 103 “Kirschkern”, também conhecida como V1, e o “Aggregat-4”, também chamado de V2. V=Vergeltungswaffen – NR.
O Campo de Trabalho era composto da principal instalação de produção – Dora – em Kohnstein, na região do Harz, com alojamento, e outras 30 fábricas de apoio e alojamentos, conhecido como “campo externo”. Uma delas e provavelmente a maior, localizava-se na antiga caserna Boelcke, no sul da cidade, próximo à cidade Rotenburg. Lá foi tirada a foto mencionada acima.
Os detentos
Informações sobre tal Campo não são confiáveis somente quanto ao número de detentos. Segundo informação do “Memorial do Campo de Concentração de Nordhausen”, a bateria antiaérea Taifun foi produzida lá, porém, ela não estava desenvolvida até o final da guerra.[1] Segundo as plantas obtidas, havia sim a intenção de produzir tal arma em larga escala, porém, até o fim da guerra isso não foi além da fase de projeto. Os alojamentos destruídos logo após o fim dos conflitos foram “recuperados”, como se fosse possível comprar autênticas casas de alvenarias no mercado das pulgas.[2] A acrobacia de definições deve evidentemente encobrir que os alojamentos foram construídos do zero e, portanto, de discutível autenticidade. O campo externo da antiga caserna de Boelcke abrigou cerca de 2.000 detentos, e todo o complexo Dora, 11.675 detentos em 31 de julho de 1944. Há diversas outras cifras para diferentes momentos do conflito, para as quais não se pode conferir as fontes.
A partir de janeiro de 1945, o complexo teve seu contingente aumentado drasticamente através da evacuação dos outros Campos de Concentração localizados mais ao leste. Uma estatística sobre isso parece não existir. Os trabalhadores forçados tinham em princípio a tarefa de construir galerias subterrâneas, que serviram de abrigo para eles até o início de 1944.
As difíceis condições de vida e trabalho contribuíram para uma alta taxa de mortalidade entre os detentos. É mencionada uma cifra não corroborada de um total de 20.000 vítimas, onde provavelmente são consideradas as vítimas do bombardeio anglo-americano, pois uma listagem separada não foi encontrada. É mencionado somente o número total de mortos.
No início de abril, o complexo “Mittlebau-Dora” foi evacuado. Em 11 de abril de 1945, a área foi ocupada pelas tropas norte-americanas. Nesta ocasião originou-se a questionável foto, da qual existe uma outra versão que foi fotografada um pouco antes.
As vítimas do assassinato na foto
Desde o início do bombardeio de Londres através das armas de revide alemãs, V-Waffen, o primeiro-ministro britânico W. Churchill declarou como alvo primordial a aniquilação destas armas. Consequentemente, as fábricas de Nordhausen foram destruídas quase que por completo em 3 e 4 de abril de 1945. As vítimas visíveis na fotografia correspondem às vítimas deste ataque aéreo anglo-americano.[3] Elas foram enterradas em cova coletiva no atual cemitério de “Ehrenfriedhofs Nordhausen”.
É correto afirmar que no Campo de Trabalho “Mittlebau Dora”, em Nordhausen, muitos detentos morreram devido às deficientes condições de vida e duro tratamento. Um consciente extermínio em massa é, ao contrário, pouco plausível, pois uma produção das V-Waffen era levada a cabo com grande esperança para a mudança do curso da guerra e não teria sentido – visto a grande dificuldade em obter mão de obra – matar justamente aqueles detentos que produziam as armas. O Ministro do armamento, Albert Speer, disse várias vezes no Tribunal de Nürenberg que ele se esforçou sempre no aumento do número da força de trabalho. Um extermínio em massa dos 14 milhões de trabalhadores que estavam submetidos a ele, como aqueles do Campo de Nordhausen, não lhe pesaram no veredicto do Tribunal.[4] As situações por muitas vezes catastróficas para os trabalhadores forçados, como abastecimento precário, foram resultados do amplo bombardeio dos aliados e de suas consequências, que também atingiram da mesma forma a população alemã.
[1] Heinz J. Nowarra: Die deutsche Luftrüstung 1933-45. Bd. 4. Bonn 1/1977, Pág.65
[2] Memorial de Nordhausen, a surpreendente “recuperação” e a precoce bateria anti-aérea na internet
[3] Vítimas dos ataques aéreos: Martin Broszat: Estudos sobre a história dos Campos de Concentração, Schriftenreihe der Vierteljahrshefte für Zeitgeschichte Nr. 21, Stuttgart 1970, Pág. 194 f.
[4] O processo contra os principais criminosos de guerra do Tribunal Internacional de Nurenberg, em 14 de outubro de . Nurenberg 1947. Aqui: Bd. 16, Pág. 475 ff.. O conteúdo do veredicto ebd. Bd. 1, Pág. 374 ff.
Artigo publicado pela primeira vez em nosso Portal a 04/05/2015.