1. Qual será o melhor regime para o Brasil? Aquele que lhe garanta autodeterminação e lhe assegure desenvolvimento tecnológico e social.
2. Para chegar a isso, não poderá continuar com a economia desnacionalizada e concentrada, nem com suas políticas sendo determinadas por carteis financeiros e econômicos. Então, o que se deve fazer? Para conceber algo próximo ao ideal, há que avaliar o que ocorre na prática.
3. À parte as questões da tradição e da cultura, o regime e as políticas da China têm obtido êxitos consideráveis na consecução dos objetivos nacionais, inclusive ombrear-se com as grandes potências, e elevar o bem-estar social. Mas seu sistema pode ser criticado, entre outros aspectos, por não estar evitando excessiva concentração de renda no setor privado, embora esta seja ainda muitíssimo menor que a das tradicionais economias capitalistas e suas dependências periféricas.
4. Tem-se falado muito na ascensão econômica da China. Segundo novas estimativas do Banco Mundial, conforme a PPP (paridade do poder de compra) o PIB da China já supera o dos EUA, ficando ultrapassadas as que não atualizavam os dados, desde 2005. Essas só o previam para 2019.
5. Alguns números não fecham. Diziam que, pela PPP, o PIB da China equivalia em 2003 a 60% do dos EUA. Ora, se aplicarmos as respectivas taxas de crescimento acumuladas de 2003 a 2013 (164,1% e 16,05%), resulta que o PIB chinês já superava o estadunidense em 35,5%.
6. Ademais, o BM não retrata as coisas com precisão, já que: 1) as estatísticas dos EUA superestimam o produto real e subestimam a inflação; 2) com a enorme financeirização da economia, parte significativa da “renda”, não deveria ser considerada produto real; 3) os gastos militares astronômicos – e nisso os EUA batem de longe qualquer país – não representam algo que possa ser contado, se adotarmos um critério de bem-estar ao valorar a “produção econômica”.
7. Há mais considerações denotativas de que os aspectos qualitativos têm importância bem maior que cifras monetárias do PIB. Um dos feitos do regime chinês foi tirar mais 600 milhões de pessoas da linha de pobreza, em apenas 10 anos. Outro, tem sido a elevação dos salários reais acima do crescimento da produtividade.
8. Norton Seng, especialista brasileiro em assuntos chineses, destaca a qualidade da educação e que a ênfase no emprego de engenheiros na administração tem viabilizado planejamento capaz de promover o emprego de centenas de milhões de pessoas em atividades de crescente conteúdo tecnológico.
9. Ora, isso requer eficientes infra-estruturas urbanas, de transportes, telecomunicações e outras. Diz Norton: “Tudo meticulosamente planejado: das fronteiras agrícolas até os grandes centros habitacionais. Com toda a infraestrutura necessária para comportar, adequadamente e sem maiores conflitos sociais, a sua gigantesca população com complexos viários compatíveis com o crescimento exponencial de suas cidades em harmonia com o crescimento das várias demandas.”
10. Muitos observadores espantam-se com o fato de, mesmo após mais de 30 anos seguidos, até 2012, com média acima de 10% aa., as taxas de crescimento do PIB chinês ainda estarem elevadas, acima de 7% aa., não obstante a estagnação reinante nos EUA, Europa e Japão, desde 2008.
11. A ideologia faz alguns crerem que a economia obedece a leis inexoráveis, independentes da política. Esses preveem crise, agora, na China. Diferentemente deles, penso que só há crise em países em que assim deseja o sistema de poder nele dominante.
12. A meu ver, o capitalismo caracteriza-se pela ilimitada concentração do poder financeiro e político nas mãos de pequeno grupo de famílias e indivíduos.
13. Na medida em que a China não seja – pelo menos, por enquanto – país capitalista – as tendências de crise que ali surjam, podem ser afastadas sem dificuldade, pois, detendo-se poder sobre as finanças e havendo vontade política, estas podem pôr a economia em rumo certo.
14. Os seguidores de Deng admitem que o desenvolvimento econômico obtido desde o final dos anos 70 não teria sido possível sem ter havido Mao, sob cuja direção a China, além de conseguir alimentar população superior ao bilhão, construiu significativa indústria pesada e colocou a China entre as grandes potências militares e nucleares.
15. Após 1978, o Estado continuou a dirigir a economia e permaneceu com sua maior parte estatizada, além de manter o controle do sistema financeiro. Mas abriu grandes espaços para o crescimento de capitais privados nacionais e admitiu investimentos diretos estrangeiros de grandes corporações transnacionais. Isso, entretanto, foi feito em condições diametralmente opostas às que prevalecem no Brasil, especialmente a partir de 1954/1955.
16. Enquanto o governo egresso do golpe que derrubou o presidente Vargas em 1954, propiciou aos pretensos investidores transnacionais ganharem capital no Pais e esvaziá-lo dele – controlando o mercado brasileiro e recebendo subsídios escandalosos – o planejamento central chinês fez as transnacionais cumprirem condições que levaram à absorção e à melhora de tecnologias estrangeiras.
17. Na China, os investimentos diretos estrangeiros são submetidos a regras rigorosamente aplicadas, pois o sistema político ali não depende de campanhas eleitorais influenciadas por dinheiro privado ou estrangeiro.
18. E quais as regras essenciais? Não se trata somente de favorecer as produções intensivas de tecnologia, poupadoras de matérias-primas, sobre tudo locais, e menos nocivas ao ambiente. É exigido: 1) quanto à propriedade, haver associação com capitais chineses; 2) ser assegurada transferência de tecnologia à China.
19. Em geral, próxima a uma fábrica de empresa transnacional, encontra-se uma controlada por capital chinês, replicando a mesma produção e inovando-a para torná-la mais competitiva.
20. Já no Brasil, desperdiçam-se os investimentos públicos em ciência e tecnologia, na proporção da ausência de empresas nacionais em competição no mercado, e exponenciam-se as consequências da subordinação às transnacionais estrangeiras: preços absurdamente altos, transferências de ganhos ao exterior sob todas as formas, endividamento acelerado por taxas de juros abusivas, política e administração corrompidas etc.
21. Não nos devemos iludir com as estatísticas de 6ª ou 7ª maior economia do mundo. Para começo de conversa, o grosso do PIB aqui gerado não pertence a brasileiros, e o que resta para estes está muito mal distribuído.
22. Além disso, pelo critério da paridade do poder de compra, o Brasil cai para 9º. Mais importante, o crescimento não decorre de ganhos qualitativos, mas, sim, da ocupação de parte dos imensos espaços territoriais e da exploração desmedida de recursos naturais, tanto na agropecuária como nos minérios, tudo para servir a grupos concentradores estrangeiros.
23. Desde o colapso de 2007/2008, amplia-se a vantagem da China sobre as principais economias capitalistas, vinculadas à oligarquia financeira angloamericana, porque a estagnação destas se acentua, com infra-estruturas físicas em deterioração, desemprego muito grande, implicando deterioração do “capital humano” e da infra-estrutura social.
24. Isso porque, diante da crise, o Estado, comandado pela oligarquia financeira, só trata de socorrer os bancos e apenas adia novas bolhas, pois: 1) o dinheiro fica nos bancos ou é aplicado em mercados especulativos e títulos públicos; 2) o Estado vai falindo, mesmo sem investir o que deveria na economia real ou em favor dela, diretamente ou através de empréstimos para a produção.
25. Se o Estado tem real poder sobre a economia, se deseja que a sociedade eleve seus padrões de vida, se dispõe de quadros que sabem o que fazer, qualquer crise financeira pode ser debelada, e a casa arrumada: dívidas podem ser simplesmente canceladas, e novos mecanismos monetários e de crédito, instituídos.
26. A finança, portanto, é algo que sempre pode ser posto em ordem, de uma vez, por decisões políticas, enquanto que são necessários decênios para construir estruturas e infra-estruturas econômicas e sociais, bem como ativos tecnológicos para viabilizar níveis adequados de produção e de atendimento às necessidades sociais.
27. Em suma, dinheiro e crédito criam-se à vontade, com ou sem lastro, só com impulsos nos computadores. Já atender adequadamente a demanda (sem reprimi-la) por bens e serviços reais depende de bem mais que isso.
28. Nota final. Há mais de 100 bilionários da China. O Brasil mostra 77 bilionários, mas o PIB do País, além de não pertencer, na maior parte, a brasileiros – equivale a menos de 1/6 do da China. Os 15 mais ricos do Brasil totalizam U$ 116,5 bilhões, e os da China, US$ 79,6 bilhões. Entre os brasileiros, muitos pertencem aos mesmos grupos e famílias.
Dr. Adriano Benayon, 19/05/2014.
Artigo publicado pela primeira vez em nosso Portal a 20/05/2014.
O primeiro passo para mudar o sistema seria fazer uma Reforma Política. O modelo político mais representativo é o parlamentarismo unicameral no governo federal, estadual e municipal, fim dos poderes executivos em todas as esferas do governo, fim do senado federal e instituir o voto distrital. O Brasil pode ser dividido em 150 distritos para eleger dois deputados por distrito para um congresso de 300 deputados. A maioria dos países do mundo adotam o modelo de voto distrital, um modelo político onde as campanhas poderiam ser feitas com doação de pessoas físicas no valor máximo de 100 reais. No modelo distrital cada distrito tem o mesmo número de eleitores, as campanhas políticas ficam mais acessíveis e o eleitor vai poder escolher um representante da sua região, da sua cidade ou do seu bairro. Acho mais democrático ter dois deputados por distrito, desta forma o eleitor tem o dobro de chance para se identificar com seu representante e o distrito não fica sendo visto como um feudo que pertence a um só político. O financiamento de empresas públicas e privadas nas campanhas é o início do processo de corrupção, já que as empresas como empreiteiras, mineradoras e os bancos investem nos políticos para depois desviarem os gastos públicos por meio das licitações fraudulentas. O financiamento público tem sido defendido por alguns políticos, mas isso não impede o caixa dois. Essa proposta só ajuda para que os políticos desviem o erário antes que sejam eleitos. Tem boas propostas de reforma política como impedir a reeleição para o mesmo cargo eletivo, acabar com os partidos políticos, os cargos comissionados de confiança e instituir a lei que permite ao eleitor impedir o mandato político de um parlamentar, também conhecida como lei do recall. Existem propostas que podem distorcer a política nacional, como fazer com que o voto seja facultativo. Se isto for aprovado vai reduzir bastante o número de eleitores e ficaria muito fácil para pequenos grupos se reunirem em alguns ônibus e lotações para tomar conta do processo eleitoral. Segue uma página sobre uma das reformas mais necessárias.
https://www.facebook.com/groups/queromeuvotoimpresso/
Se você quiser mais transparência na eleição eletrônica :
1) Assine o PLIP em: http://vototransparente.com.br/
2) Assine a Petição ao STF em:
http://www.peticaopublica.com.br/PeticaoVer.aspx?pi=UE2011BR
Tenho 38 anos, e só no ano passado o trem chegou à minha cidade, uma cidade a 45 Km de Porto Alegre. Aliás, esses 45 Km, com sua meia dúzia de estações, são a extensão total de trilhos para transporte público em todo Rio Grande do Sul, e fecha às 23 horas. Quando penso nisso, lembro das cidades europeias, como Praga, um cidade do leste europeu parada no tempo, mas cujo trem funciona 24 horas há mais de um século, numa rede intricada de numerosas estações; e se lembro de uma cidade como Hamburgo, ganho a certeza de que os brasileiros vivem num abismo de infraestrutura urbana.
Agora só ando de trem, porque é bem mais barato, confortável e rápido do que o transporte rodoviário. Dentro de todo vagão há uma placa de identificação afixada na parede com o nome do fabricante japonês e a data de fabricação: “1984″. Sempre que a leio imagino que em algum lugar bem longe do Brasil deva existir algum paraíso de infraestrutura urbana, pois se vagões de trinta anos atrás ainda estão em condições operacionais, o povo de lá deve estar andando em algo similar à naves.
Mas o pior é o que vejo ao longo da linha do trem: ilhas de miséria e casebres; na melhor das hipóteses, conjuntos habitacionais deprimentes, com telhado Brasilite, frutos do programa de habitação pública desse país.
Hoje sei que a qualidade da infraestrutura urbana influi no moral de um povo. Quanto melhor é a qualidade do que você enxerga na rua, melhor é seu bem estar e vontade, melhor é sua mentalidade, civismo, sentimento de identidade coletiva… Mas isso não é interessante pra eles.
Eles não querem um povo saudável.
Vote nulo.
Sempre.
Prezado Sr. Benayon,
a china não presta nem para os chineses.
Estes indicadores PIB, PIB PPP, Piza… só são úteis para países que possuam cidadãos, item que a China não possui.
O melhor indicador para saber se uma sociedade vale alguma coisa é a relação de atratividade que exerce sobre as pessoas comuns, com fins de fixar família..
Ninguém quer ir para Rússia, China, Coréia do Norte, Cuba, Indonésia, Paquistão, Egito… em resumo, qualquer pais comunista ou qualquer pais Islâmico não exercem nenhuma atratividade sobre pessoas livres.
Duvido que algum indicador econômico seja mais eficiente que a vontade das pessoas.
Aliás, o comunismo é ótimo, o difícil é convencer o povo.
A China já tem previdência social?
O comunismo é uma das ‘ferramentas’ dos que, a muito, pilham o mundo visando o secular projeto de assumirem controle total sobre o mesmo: http://de.metapedia.org/wiki/Raubstaat_England
A VERDADE é o melhor fundamento para o Brasil https://www.youtube.com/watch?v=IqURmXMEGFI&list=PLmogBlvtk6orbGEhrsYcF_9LHee0YCgsw e para o Mundo, https://www.youtube.com/watch?v=ejIEsnkvLWY porque a MENTIRA é mãe da corrupção e pai de todos os males.
No documentário https://www.youtube.com/watch?v=yD6TRZHRlc8 , entre as peculiaridades que se destacam, vale conferir E SE APROFUNDAR nos símbolos, a partir de 08:50 ( alguns BEM familiares quanto a FORMA, o NÚMERO e a respectiva CARTA do Tarot), sem olvidar que a Alemanha foi MASSACRADA para que que o COMUNISMO vide capítulo III http://esdocs.org/docs/index-38203.html?page=7 (qual sua cor?) fosse salvo.
Alea Iacta Est = http://www.taringa.net/posts/arte/14273252/Pintura.html
Certamente os EUA gastam muito com defesa ( ataques, invasões no estrangeiro, espionagem, armas, bombas, atentados, desinformação, etc) que custa muito dinheiro. A China também. De qualquer forma, a resposta para mudar o Brasil não se encontra numa mudança de regime, pois o regime que muda é só o que diz respeito ao que o povo come ou deixa de comer com a inflação e os altos impostos em cascata. Nada muda nem mudará por aqui para melhor antes de piorar muito. O perfil do nosso povo é diametralmente oposto ao do povo chinês e do povo americano. Esses dois povos gostam de trabalhar. Além disso, o povo chinês está acostumado ao regime de escravidão comunal, semelhante ao do Kmer Vermelho no Camboja. As chances desses países prosperarem mais e mais rápido é bem maior que as do Brasil. Se o Brasil tivesse dimensões equivalentes às do Haiti, provavelmente estaríamos como este hoje, mesmo sem maremoto. O Brasil precisa mesmo é de uma forte e imperativa mudança nos rumos da educação para a vida e para o trabalho em especial; e isso, só com um governo e regime fortes. Mas não haverá garantia alguma de que este não venha a se corromper como todos os outros anteriores e que a situação continue a mesma. Talvez seja, quem sabe, um karma nacional.
Nesse ponto tenho que concordar. Os chineses (asiáticos em geral) sao extremamente trabalhadores. É natural da cultura deles. Eles nao acham absurdo trabalhar mais de 12 Horas por dia. Justamente por terem essa característica eles sao explorados facilmente pelos comunistas.
Já no Brasil, quando você trabalha duro e faz Hora-extra, o que nao falta é gente para te acusar de puxa-saco do chefe ao invés de elogiar o seu trabalho. A cultura do Brasil é a de pregica mental, ninguém quer nada a longo prazo e sim coisas que nao exigem muito esforco nem dedicacao constante e que dêm resultado imediato. Claro que nao é todo mundo assim, mas é a mentalidade da maioria e quem nao compartilha da preguica e da malandragem é considerado como um babaca “facista”.
A única chance do Brasil mudar é abandonar a sua cultura decadente e ser repopulado. Enquanto existirem pessoas que se orgulham do jeitinho brasileiro, da alegria e festividade do povo e da “diversidade”, o Brasil continuará apodrecendo. Nao adianta trocar o governo, a matéria prima fundamental de um país é o povo.