Propostas de paz após conflito com a Polônia
“Só uma coisa é certa: Nunca houve na história do mundo dois vencedores, mas frequentemente somente vencidos! (…) Queiram aqueles povos e seus líderes tomar a palavra, que sejam da mesma opinião, e queiram rejeitar minha mão estendida aqueles que acreditam ver na guerra a melhor solução!”
Neste discurso quase profético no Reichstag, após a vitoriosa campanha na Polônia, Adolf Hitler dirigiu um apelo de paz aos países que declararam guerra contra a Alemanha. As propostas neste discurso assemelham-se muito ao plano de sete pontos de Rudolf Hess, em sua missão aérea até a Inglaterra a 10 de maio de 1941, dezenove meses depois.
Hitler aborda as consequências do chamado Tratado de Versailles, que segundo sua visão não trouxe desgraça somente à Alemanha, mas também às outras nações vitoriosas da Primeira Guerra Mundial.
Mais além, ele aponta a revisão pacífica de uma das mais tenebrosas consequências do tal “tratado” através do Acordo de Munique e a ratificação das fronteiras com uma série de países europeus e assegurou que a separação de territórios alemães estabelecidos em Versailles, em prol da Dinamarca, permanece inalterada. O mesmo disse ele em relação ao território alemão de Eupen-Malmedy em prol da Bélgica.
Textualmente ele acrescenta:
“Com a Hungria nos une um longo e tradicional laço de calorosa amizade.”
O pedido da Eslováquia para proteção através do Reich alemão ante a hegemonia tcheca, ele descartou veementemente.
Em relação à França, ele apenas se prende ao retorno do território alemão do Sarre, anexado pela França após a Primeira Guerra Mundial. No mais, ele não teria qualquer outra exigência à França. Ele aceita como agora franceses os territórios do Reich Alsácia e Lorena como consequência do famigerado Tratado de Versailles, “para evitar uma guerra!” A antiga inimizade entre França e Alemanha devem “ser enterradas para sempre, para caminharem na história conjunta.”
O Sarre retorna ao Reich
Sobre a Inglaterra, Hitler diz que seus esforços em relação à amizade teuto-britânica é “o objetivo de minha vida, trazer ambos os países não somente o entendimento, mas também sentimentalmente.” Também as relações com a Rússia soviética foram finalmente normalizadas, sendo que a revisão pacífica de “Versailles” teria “trazido nenhum caos, mas sim estabilidade”, pois:
“Nem o povo alemão nem eu juramos pelo Tratado de Versailles!”
Continuando, Hitler passa a citar algumas das inúmeras propostas alemãs para o problema polonês.
“A resposta foi a mobilização geral polonesa!”
Depois ele diz:
“Se eu ainda agora revelo meus pensamentos sobre este problema, então eu tenho diante dos olhos estas pessoas como covardes ou hesitantes. (…) Hoje, no máximo eu lamento que as pessoas, que em sua sede de sangue nunca viram uma guerra, estivessem lá onde a guerra é combatida… (…) Por que está guerra tem que acontecer? Para o restabelecimento da Polônia? A Polônia do Tratado de Versailles nunca mais vai existir! A questão do restabelecimento de um estado polonês não será esclarecido no ocidente, mas sim através da Rússia e Alemanha. O exemplo da Palestina mostra a incapacidade das democracias ocidentais em resolver tais problemas.”
(…)
“A Alemanha colocou alguma exigência à Inglaterra? (…) Esta guerra deverá servir para dar à Alemanha um novo regime, quer dizer derrotar novamente o atual Reich e com isso criar um novo Versailles? Então milhões de pessoas serão sacrificadas sem razão, pois nem o Reich alemão será devorado nem aparecerá um segundo Versailles. Mas mesmo se (…) isso deva acontecer, então este segundo Versailles tornar-se-ia novamente a fonte de novos conflitos. Em todo caso, uma regulamentação dos problemas do mundo sem a consideração dos interesses de seus fortes povos (…) não poderia terminar de outra forma, do que esta regulamentação de 20 anos atrás mudou os dias de hoje. Não, esta guerra no ocidente não regulamenta qualquer problema…”
Sobre os territórios alemães na Polônia, ele sugere seis pontos:
1. A criação de uma fronteira do Reich segundo condições étnicas e históricas
2. Ordenamento segundo as nacionalidades
3. Ordenamento e regulamentação do problema judaico
4. Criação de uma conjunta ordem econômica
5. Garantias de segurança
6. Restabelecimento do Estado polonês
Pois, segundo Hitler:
“A Polônia, dentro do propósito de anular uma tropa de contínuos agitadores, é tarefa para os próximos 50 ou 100 anos!”
Hitler propõe como solução a formação de uma União de Segurança Europeia.
O Tratado de Versailles não será mais visto como válido, mas a devolução das colônias alemãs permanece como direito de reivindicação alemão. Mas isso “não é qualquer Ultimatum, mas um apelo à razoabilidade!”
Hitler propõe negociações conjuntas para desarmamento e repúdio conjunto das armas modernas de destruição em massa. O uso de tais armas deve ser conduzido em acordo com a Convenção de Genebra. As modernas armas como aquelas da aviação, dos submarinos ou uso do gás não poderão ser usadas sob qualquer pretexto contra a população civil.
Textualmente, ele adverte em relação a essa questão:
“Hoje não existem mais ilhas! (…) Nem a violência das armas nem o tempo irá dobrar a Alemanha. Um novembro de 1918 não irá se repetir na história alemã. (…) Eu não duvido um segundo sequer, que a Alemanha vencerá. O destino decidirá, quem tem razão.”
Finalizando, ele fala:
“Só uma coisa é certa: Nunca houve na história do mundo dois vencedores, mas frequentemente somente vencidos! (…) Queiram aqueles povos e seus líderes tomar a palavra, que sejam da mesma opinião, e queiram rejeitar minha mão estendida aqueles que acreditam ver na guerra a melhor solução!”
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Artigo publicado pela primeira vez em nosso Portal a 6/10/2009.