O último prisioneiro de guerra
O alemão Erich Priebke “comemora” seu aniversário no cativeiro italiano. Em pleno século XXI, ele é considerado o último prisioneiro da Segunda Guerra Mundial. Como é que os criminosos de guerra dentre os aliados não foram julgados? (Pergunta retórica… – NR.)
O último prisioneiro da Segunda Guerra Mundial
Caros amigos e leitores desta página da Web,
Através da iniciativa de um bom cidadão, esta página foi criada, e eu saúdo com muita alegria todos os leitores que se interessam por meu caso e minha trajetória de vida. Muitos de vocês talvez já tenham lido o livro de Gysecke – “O Caso Priebke” – e depois o livro que eu escrevi em conjunto com meu amigo e anjo da guarda, o jurista italiano Dr. P. Giachini: “Autobiografia – Erich Priebke. Vae Victis – Ai dos vencidos”. A tradução alemã de 2005 seguiu a edição original de 2003, um documento da história contemporânea com 1030 páginas – com minha trajetória de vida, a descrição de meus três processos em Roma com todos pormenores sobre o que meus perseguidores fizeram.
Contém também as falsificações de documentos que deviam me incriminar. Também contém algumas fotos, principalmente aquela do garoto de treze anos, que no atentado contra os soldados da polícia alemã, teve a cabeça separada do corpo.
A tropa teve treze baixas imediatas, outros morreram em decorrência dos graves ferimentos – no total, 42 homens perderam suas vidas.
Como você talvez já tenha lido, eu sou considerado o mais velho prisioneiro de guerra do mundo, o que eu considero como uma vergonha para a Itália, mas também para a Alemanha oficial, a qual me deixou totalmente com as mãos abanando. No próximo dia 29 de julho, eu farei meu 96º aniversário. Minha amada esposa faleceu em agosto de 2004, nós estávamos casados por 66 anos. Após minha extradição a 20 de novembro de 1995, eu nunca mais a vi. Ela descansa em paz em um belo cemitério numa floresta situada à beira de um lago cristalino na patagônia argentina.
Em frente à embaixada italiana, em Berlim
Libertem Erich Priebke!
Eu estou agora em meu 16º ano de cativeiro. É e foi uma trajetória difícil, mas eu nunca perdi a coragem e também não a esperança em poder gozar a dourada liberdade, mais uma vez.
Sendo assim, eu lhes agradeço pelo interesse a respeito de meu destino e termino esta breve mensagem com o brado:
DESISTIR JAMAIS!
Erich Priebke, a 14 de junho de 2009.
Sobre o Caso Priebke:
Em março de 1944, na ocasião de um atentado realizado em Roma por partisanos comunistas contra membros de um regimento policial tirolês, morreram 33 policiais, dez italianos que por ali passavam e um garoto de treze anos. Ao invés da cota de represália estabelecida por Hitler de 1 para 10 (os aliados chegaram a usar 1 para 200!), por motivos ignorados, foram executados cinco reféns a mais, e por isso Erich Priebke foi responsabilizado, embora há muito tempo seu superior Kappler já tivesse sido condenado por isto à prisão perpétua. Os responsáveis pelo atentado assassino em Roma nunca foram levados ao tribunal.
http://www.erich-priebke.de/start.html
Essa injustiça – dois pesos e duas medidas – parece não incomodar os adeptos do (hipócrita) politicamente correto. Ai dos vencidos… – NR.