Novas revelações do Revisionismo na Finlândia
Pesquisador finlandês revela os bastidores dos acordos entre os aliados ocidentais e Stalin para derrubar a Alemanha. Mesmo depois do Pacto de não-agressão, as conspirações não cessaram.
“O projeto dele (Stalin) sempre foi o de que as forças ocidentais se digladiassem entre si.”
É um disparate querer proibir a pesquisa e o conseqüentemente possível revisionismo histórico. Surge agora do autor Erkki Hautamäki o livro Finland in stormen öga (Finlândia no olho da tormenta), que vem revelar aspectos totalmente novos da Segunda Guerra.
A obra foi publicada em sueco – uma edição alemã está sendo preparada pela editora Pour Le Merite. O autor teve acesso a anotações do marechal C.G.R. Mannerheim, que foi comandante em chefe das forças finlandesas que enfrentaram a União soviética. Certamente não foram divulgadas antes em função da delicada situação vivida pelo país em relação à União Soviética, enquanto esta existia.
Assim como inúmeros outros “documentos secretos” mantidos afastados de qualquer pesquisa histórica pelos aliados, até os dias de hoje. Qualquer análise dos acontecimentos atuais deveria abordar estes documentos. Mantê-los em segredo somente revela mais uma vez o fato que a história é escrita pelos vencedores – NR.

Erkki Hautamäki
Hautamäki nos confirma a imagem daquele Stálin que em momento algum abandonara a idéia do domínio mundial, mesmo quando firmou o pacto de não-agressão com Hitler em 23 de agosto de 1939. Vamos saber agora que menos de um mês depois, em 15 de outubro, Stálin assinou um pacto supersecreto com Churchill (este ainda Primeiro Lorde do Almirantado britânico, mas já pré-destinado a substituir Chamberlain no comando). Combinaram ali uma estratégia para acabar com a Alemanha. Churchill realizaria um sonho que já acalentara durante a Primeira Guerra: Encurralar seu inimigo figadal por todos os lados, acabando com ele. A Alemanha não lutaria apenas em duas frentes, seria virtualmente estrangulada. O plano previa que a União Soviética atacaria a Finlândia (como fez). As potências ocidentais, Grã-Bretanha e França, a pretexto de prestar socorro aos finlandeses, mandariam tropas através dos países escandinavos, Noruega e Suécia, com ou sem licença destes. Uma vez ali assentados iniciar-se-ia um ataque coordenado, previsto em tese para o dia 10 de maio de 1940. O planejamento estratégico foi provavelmente confirmado por Churchill nos primeiros dias de fevereiro de 1940 e entregue no dia 9 a um emissário de Stálin que o encaminhou por avião a Moscou. Alertados pelo serviço secreto, os alemães interceptaram o avião sobre o Mar Báltico, obrigando-o a pousar. Fotografaram os documentos e mandaram seguir. Ao próprio Mannerheim remeteram cópias de parte dos documentos em 9 de março.

Stálin naturalmente soube do vazamento ocorrido, mas aparentemente não avisou os ingleses. É que o projeto dele sempre foi o de que as forças ocidentais se digladiassem entre si, enfraquecendo-se a ponto de lhe facilitar a Revolução Mundial.
Segue um croqui ilustrando as idéias deste pacto tripartite, que estaria sendo revelado agora por iniciativa que parte da Finlândia.

Vale lembrar que já em abril daquele ano Alemanha (9.4) e Grã-Bretanha (14.4) iniciam uma corrida para ocupar a Noruega na qual a Alemanha acabou levando a melhor após encarniçadas batalhas. E os alemães sabiam das verdadeiras intenções dos soviéticos, tanto que buscaram desesperadamente a paz com a Inglaterra. Quando viram que o tempo trabalhava a favor de Stálin, lançaram-se ao ataque contra o mesmo em junho do ano seguinte.
Que a revelação do arquivo pessoal do general finlandês Mannerheim valha também para que certos legisladores se convençam do absurdo que fizeram, ou pretendem fazer, de conceder caráter dogmático a determinados conceitos históricos. A maior parte dos arquivos da época permanece sob o mais rígido segredo de estado.
Norberto Toedter
21/02/2010
http://2a.guerra.zip.net, ensaio nr. 43.
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