“Seria presunçoso acreditar que aquilo que cada um sabe não é compreensível à maioria das outras pessoas. O conteúdo deste livro é bem mais fácil de assimilar, em seu conjunto, do que o cálculo integral ou diferencial que todo aluno de curso superior é obrigado a aprender. Todo perigo perde muito de seu impacto assustador, se conhecemos suas causas.”
Há quarenta anos, o professor e naturalista Konrad Lorenz, que ganharia mais tarde um prêmio Nobel, publicou um texto sobre os oito pecados capitais da humanidade civilizada. Nele, o grande pesquisador comportamental apresenta sua opinião sobre as mais importantes ameaças do futuro da humanidade. O texto, que fora redigido por ocasião do 70º aniversário do seu amigo, Edouard Baumgartner, foi publicado na edição comemorativa de uma revista que lhe era destinada (Editora Anton Hain, Meisenheim, 1971); posteriormente apareceu como livro de bolso da série Piper e teve uma repercussão inesperada.
Konrad Lorenz
Já no início de sua introdução, Lorenz afirma que
“A humanidade contemporânea está em perigo. Ela corre numerosos riscos que o naturalista e o biólogo são os primeiros a perceber, quando ainda escapam ao olhar da maioria dos homens. É portanto dever do sábio tocar a campainha de alarme, ao invés de limitar-se, como é seu costume, à investigação dos fenômenos recém-descobertos.”
Não é por acaso que estas teses apareceram logo após a Revolução de 68 e após o início da década esquerdista que assolou o Ocidente. Elas foram uma reação a uma ideologia deformada e seus objetivos utópicos: o liberalismo descompromissado e o crescente individualismo de cada um, que desconhece qualquer comunidade e só tem olhos para a luxúria. O apelo do naturalista é ainda hoje bastante atual, como na época de sua primeira publicação, talvez ainda com maior relevância. Por isso recordamos seus pontos principais.
Como os oito principais pecados capitais da humanidade contemporânea, que ao longo do tempo irão condená-la, Lorenz reconheceu as seguintes processos:
1. a superpopulação
2. a devastação do espaço vital
3. a corrida disputada pela humanidade com ela mesma
4. o desaparecimento de todos os sentimentos fortes e de toda e emoção
5. a degradação genética
6. a ruptura das tradições
7. a receptividade crescente da humanidade à doutrinação
8. o armamento nuclear
Não é por acaso que os pontos 5 até 7 ocupam o dobro de páginas do que os outros. Isso já mostra formalmente sua maior importância. Abaixo segue o resumo de cada capítulo feito pelo próprio Lorenz ao final de seu livro.
1. A superpopulação da terra, que leva cada um de nós a se defender da profusão de contatos sociais de uma forma profundamente desumana e que, pelo amontoar de numerosos indivíduos num espaço restrito, provoca inevitavelmente a agressividade.
2. A devastação do meio ambiente natural, que atinge não só o mundo exterior no qual vivemos, como destrói no homem todo respeito pela beleza e pela grandeza de uma criação que o ultrapassa.
3. A corrida disputada pela humanidade com ela mesma, que o desenvolvimento da tecnologia torna, para nossa infelicidade, cada dia mais rápida. Essa obrigação de exceder torna os homens cegos aos valores verdadeiros e os priva de tempo para pensar, atividade indispensável e humana por excelência.
4. O desaparecimento de todos os sentimentos fortes e de toda e emoção, devido ao enfraquecimento, e o progresso da tecnologia e da farmacologia provocando uma intolerância crescente a tudo o que possa provocar o mínimo desagrado. O desaparecimento simultâneo da capacidade humana de alcançar uma felicidade que só pode ser alcançada vencendo obstáculos, ao preço de muito esforço. O ritmo, estabelecido pela natureza, de contrastes balanceados entre o fluxo e o refluxo dos sofrimentos e das felicidades se atenua até uma oscilação imperceptível, acarretando um tédio mortal.
5. A degradação genética. Fora do “sentido natural do direito” e de alguns restos herdados do direito corrente, não existem, no interior da sociedade moderna, fatores de seleção capazes de exercer sua pressão no desenvolvimento e na manutenção das normas de comportamento, embora elas se tornem cada dia mais necessárias devido ao desenvolvimento da sociedade. É impossível que infantilismos, responsáveis pela transformação de numerosos jovens rebeldes de hoje em parasitas sociais, sejam de origem genética.
6. A ruptura das tradições, resultante do fato de termos atingido um ponto crítico em que as jovens gerações não conseguem mais se entender culturalmente com as velhas, e ainda menos se identificar com elas, passando então a tratá-las como um grupo
étnico estrangeiro e a enfrentá-las com um pódio nacional. As razões dessa perturbação da identificação originam-se antes de mais nada na falta de contato entre pais e filhos, o que já nos bebês provoca sintomas patológicos.
7. A receptividade crescente da humanidade à doutrinação. O aumento do número de homens reunidos num só grupo cultural, acrescido do extremo aperfeiçoamento dos meios técnicos levam a possibilidades, nunca antes atingidas na história humana, de influenciar a opinião pública e de criar uniformemente opiniões. Devemos além disso ressaltar que o poder de sugestão de uma doutrina, firmemente aceita, progride talvez em progressão geométrica em relação ao número de crentes. Já agora, em certos lugares, um indivíduo que se esquiva deliberadamente à influência da “mídia de massa”, da televisão, por exemplo, é considerado um caso patológico.
Os efeitos despersonalizantes desses meios são recebidos com prazer por todos aqueles que querem manipular as multidões. Pesquisas de opinião, técnicas publicitárias e uma moda habilmente divulgada permitem aos magnatas da produção – de um lado da cortina de ferro – e aos funcionários – do outro lado – exercer um idêntico poder sobre as massas.
8. O armamento nuclear, que faz pesar sobre a humanidade um perigo mais fácil de evitar que os sete processos ameaçadores descritos acima. Esses fenômenos de desumanização, dos quais falamos do primeiro ao sétimo capítulo, são favorecidos por uma doutrina pseudodemocrática que afirma que o comportamento social e moral do homem não é absolutamente determinado pela evolução filogenética do seu sistema nervoso ou de seus órgãos sensoriais, mas é influenciado unicamente pelo “condicionamento” sofrido ao longo de sua ontogênese em virtude do seu ambiente cultural.
Artigo publicado pela primeira vez em nosso portal a 10/05/2012.
Artigo muito bom! parabéns á redação do site por trazer artigos recheados de conhecimento para pessoas cansadas de ouvir as mesmas porcarias tendenciosas da mídia oficial.
Konrad Lorenz nada de novo disse, porém, disse o que os camaradas já sabiam só que de forma mais clara aos leigos. Apenas para dar respaldo e essa magnifica obra de Lorenz, faço algumas analogias:
”4. O desaparecimento de todos os sentimentos fortes e de toda e emoção”; tal pensamento já fora expressado por Thomas Morus há mais de 400 anos atrás, em seu livro ”A Utopia”, nas partes onde ele trata do que ele denomina de ”prazeres intelectuais”. Prazeres levianos morrem no ato, enquanto as glórias de se superar adversidades, obstáculos e dificuldades com muito esforço de dedicação é deixado de lado hoje, para dar lugar aos entorpecentes de todo tipo (de bebidas e cigarros á remédios pesados e drogas ilegais) para a pessoa se livrar do árduo trabalho de olhar para dentro de si mesma e aprender a controlar suas emoções, para só ”alivia-las”, deixando assim um profundo vazio no espirito da pessoa.
”6. A ruptura das tradições”, outro ponto já alertado por Julius Evola em suas obras. Hoje em dia, cada vez menos se vê o tradicionalismo das diferentes nações e povos, está tudo sendo mesclado, misturado e globalizando numa salada horrenda onde os valores e tradições milenares são totalmente destruídos!
Lorenz condensou tudo isso e muito mais de uma forma clara, até desconfio, que devido a seu interesse pela natureza, o levou a refletir sobre a mesma, ”filosofar”, e ele deve ter elaborado esses oito pecados capitais da humanidade com base nas leis da natureza defendidas á exaustão por Adolf Hitler. Desconfio também que assim como Hitler, Lorenz deve ter aprendido que não se pode conviver acima da natureza, mas junto dela, por fazermos parte dela. Mais nada a declarar.
Um forte abraço á todos os camaradas!
Eu só tinha ouvido falar daquela experiência em que o Lorenz tinha condicionado uma ave a seguí-lo e vê-lo como seus genitores, mas não sabia que ele pensava assim! Obrigado equipe do inacreditável.com.br por mais essa excelente matéria!
“Esses fenômenos de desumanização, dos quais falamos do primeiro ao sétimo capítulo, são favorecidos por uma doutrina pseudodemocrática que afirma que o comportamento social e moral do homem não é absolutamente determinado pela evolução filogenética do seu sistema nervoso ou de seus órgãos sensoriais, mas é influenciado unicamente pelo “condicionamento” sofrido ao longo de sua ontogênese em virtude do seu ambiente cultural.”
Excelente artigo! E deu pra perceber que o Lorenz é totalmente contra aquela teoria ridícula que diz que tudo seria “construção social”… (típica teoria das escolas de pensamento sociológico criadas pelos “eleitos”).
Mahatma Gandhi http://www.susannealbers.de/02kultur-gandhi1.html definiu os 7 pecados da sociedade moderna:
Riqueza sem trabalho
Prazer sem consciência
Conhecimento sem caráter
Negócio sem moral
Ciência sem humanidade
Religião sem sacrifício
Política sem princípios
“1. a superpopulação
2. a devastação do espaço vital
3. a corrida disputada pela humanidade com ela mesma
4. o desaparecimento de todos os sentimentos fortes e de toda e emoção
5. a degradação genética
6. a ruptura das tradições”
São coisas aparentemente simples mas são as bases de sociedade saudável.
Ando pelas ruas e vejo tudo isso descaradamente me enojando. Sinto asco da atitude das pessoas.
CORRIGIDO
Exato, a talmúdico modernidade traz consigo a semente da extinção da humanidade, em vários aspectos.
O que será que Konrad Lorenz teria a dizer se estivesse vivo para presenciar a grande nova etapa de escravização generalizada, através da transformação de seres/almas em mercadorias a serem exploradas por jewgle, gadobook, etc? Nesse ponto específico, Heidegger também já havia explorado o potencial da tecnologia em roubar o ser humano de sua humanidade e o escravizar, mas dificilmente alguém poderia antever o nível ao qual estamos chegando…
Não somos grandes fãs de Edward Abbey, mas nesse comentário aqui ele resume bem esse caráter escravizador destrutivo inerente à civilização humana: https://www.youtube.com/watch?v=0wc0BEcjlps .
“Todo perigo perde muito de seu impacto assustador, se conhecemos suas causas”, perfeito.
E os 8 pecados enumerados pelo sr. Lorenz podemos resumir , ou tiveram seu início com a “ruptura das tradições”.
“Quando a tecnologia e o dinheiro tiverem conquistado o mundo, quando qualquer acontecimento em qualquer lugar e em qualquer tempo tiver se tornado acessível com rapidez, quando for possível acompanhar em tempo real a um atentado no ocidente e a um concerto sinfônico no oriente, quando o tempo significar apenas rapidez “online”, quando um esportista ou artista de mercado se valerem como homens de todos os povos, quando as cifras em milhões significarem apenas triunfos, então, justamento então, reviverão como fantasmas as perguntas:
Por quê? Para quê? Para onde? E agora?
A decadência dos povos já terá ido tão longe, que não haverá mais força de espírito para ver e avaliar a decadência, simplesmente como decadência!
Essa constatação nada tem a ver com pessimismo cultural e nem tão pouco com o otimismo.
O obscurecimento do mundo, a destruição da terra, a massificação do homem, a suspeita odiosa contra tudo que é criador e livre, alcançará categorias tão pueris, que o pessimismo e o otimismo, se tornarão simplesmente ridículas.”
Heidegger
1. “O problema não se trata de superpopulação, mas do sistema perverso de expropriação fundiária e de escravidão moderna que joga a todos numa cabeça de porco chamada “metrópole”.”
Não é necessário estar-se numa metrópole para sentir os efeitos desastrosos da superpopulação.
A expropriação fundiária é um problema que, entre infindáveis outros, decorre da superpopulação que não pára de crescer. Não há como esperar romanticamente que uma família seja mantida assentada em alguns poucos hectares produzindo alguns cachos de banana que não servirão praticamente para sustentar nem os milhões de bocas do lado de fora dali e tampouco a meia dúzia dos que, ilusoriamente, acreditarem que poderão realmente viver disto.
Assim como a superpopulação tornou as mercearias da época da vovó em peças de museu – as quais foram devoradas por algo mais condizente com as necessidades reais, como são agora os super, os mega e os hipermercados – as pequenas propriedades rurais tiveram que abrir espaço para as fazendas de alta produtividade, movidas a agrotóxicos, fertilizantes químicos, equipamentos de todo tipo e anabolizantes. Sem esquecer os transgênicos.
Todo esse cenário foi construído – e requerido – por força da pressão populacional.
2. “A maior parte do planeta ainda hoje é desabitada. O problema está na desumanização dos espaços das metrópoles; para resolver isso seria preciso desconstruir esse sistema perverso”
A maior parte do Planeta que ainda se encontra desabitada está representada exatamente pelas áreas que são mais hostis à permanência de quem quer que seja, como as áreas rochosas, desérticas, estéreis, pantanosas, salinizadas ou, simplesmente, as que foram degradadas e envenenadas pela atividade humana.
A desumanização dos espaços das metrópolis já se inicia por seus próprios habitantes. Dê a um desses rotos um ambiente definido, limpo e coerente e, em menos de uma semana, os rotos tratam de degradar a coisa toda. Ou seja, deste ambiente organizado para os “puxadinhos”, as biroscas, o tráfico de drogas, o transporte clandestino, as pichações, depredações e um sem- número de outras mazelas é apenas um passo.
3. “Como se cada indivíduo fosse a responsável pela autofagia a que a humanidade está sendo submetida. Ele aponta a conseqüência como sendo a causa.”
Não. Ele aponta o caráter predominantemente típico da natureza humana quando se lhe dá a oportunidade de manifestar-se tal como ela é, ou seja, quando não há os freios e os limites que a ordem imposta por uma sociedade realmente organizada oferece.
4. “O desaparecimento de todos os sentimentos fortes e de toda e emoção”
Esperar que haja sentimentos e emoções nobres por parte de quem não conhece limites ou consequências para suas atitudes é o mesmo que acreditar que se possa acariciar um urso e não perder o próprio braço.
5. “A degradação genética”
Da forma como colocada no tópico, os limites assinalados anteriormente como regras comportamentais continuam valendo.
Mas “degradação genética” é um termo que faz alusão a outro sentido, que não o utilizado no referido tópico. E qualquer um com dois neurônios deve saber o que de fato significa “degradação genética”.
6. “Não é a falta de contato entre pais e filhos que produz tal ruptura [das tradições] e sim a máquina de destruição em massa maçônico-sionista que, justamente, visa esse etc, etc,etc”
Se a FALTA de contato pais-filhos não provoca ruptura nenhuma seja de qual espécie for e se a culpa disto é da máquina sionista e etc, então qualquer forma de contato e estreitamento dos laços familiares que alertar para o perigo da máquina sionista, das drogas, da pornografia e etc não irá servir e nem estará servindo para mais nada.
7. “Ele coloca a coisa como se fosse uma opção das pessoas se entregar à doutrinação das mídias, como se isso fosse uma opção, o que é totalmente falso.”
Claro que é opção !
Dê às massas outras alternativas de diversão, de cultura, de entretenimento, de lazer, que contenham conteúdo e relevância e qualquer um vai facilmente constatar como a escumalha debanda de volta pras mesmas possilgas de sempre.
8. “Depois de… blábláblá, ele apresenta a corrida armamentista como algo “mais fácil” de se evitar do que os sete mandamentos que ele estabeleceu”
Tão mais fácil de se evitar que nunca foi detonada uma única bomba de hidrogênio sobre as cabeças de ninguém – enquanto que os outros “mandamentos” seguem à todo vapor.
Sinceramente, esses “argumentos contrários” não tiraram nenhum mérito do Lorenz. Apenas reforçaram-no exponencialmente.
Pois é, eis aí o diagnóstico do mundo doente caminhando para a auto-destruição, quem vai sobrar? Quem constrói o mundo alternativo, Nacional Socialismo é o futuro inevitável porque o futuro é comunidade, cooperação e uma vida em balanço com a natureza o que só é possível entre aqueles que partilham de uma identidade comum.